Criar memórias, mais do que nunca, tornou-se importante no contexto atual. Viver experiências como a da Fenadoce, a tradicional Feira Nacional do Doce, que chega na sua 30ª edição, é importante para todas as idades, da infância à idade madura, independente da profissão e da escolaridade. Percorrer os corredores do Centro de Eventos, saborear os doces preferidos, aproveitar as diferentes atrações, encontrar os amigos e fazer compras acabam se tornando referências.
Eliane Sedrez – Empresária e membro do Conselho Gestor
Comerciante, com participação efetiva no Conselho Gestor da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Pelotas, Eliane Sedrez traz lembranças de um tempo em que o evento anual era realizado com o envolvimento maior de toda a família dos associados, que no seu caso incluía os filhos pequenos correndo pelos pavilhões do Centro de Eventos.Com a empresa familiar consolidada e associada à CDL, Eliane ingressou na diretoria da entidade em 2008 como vice-presidente na gestão de Ricardo Jouglard. Sua participação na Feira começou como visitante, passando a expositora na quinta edição, quando vivenciou uma época em que as mulheres tinham pouca presença entre os líderes empresariais. Suas recordações alcançam as últimas 25 edições. Para o evento, o trabalho incluía as viagens para a divulgação nas festas regionais.
“Nós é que arrumávamos a corte de rainha e princesas”, lembra Eliane. A Fenadoce foi crescendo ao longo do tempo e ganhando outro porte. Foi com a maior expressão no cenário, até mesmo nacional, que ela passou a exigir maior profissionalização para a sua realização”, ressalta. “Pegamos um amor muito grande pela Fenadoce, vendo o crescimento dela e o reconhecimento de Pelotas como Capital Nacional do Doce”, confessa Eliane, demonstrando sua satisfação por ter acompanhado a trajetória de sucesso do evento, que levou Pelotas também a ser considerada como Patrimônio Cultural Brasileiro Material e Imaterial e Patrimônio Cultural do Rio Grande do Sul.
Liz Gill Araújo Pereira – Rainha da Fenadoce 2016
Rainha da Fenadoce de 2016, Liz Gill Araujo Pereira conta que realizou um desejo antigo. “Era um sonho que eu tinha, que achava inalcançável”, lembra. “Foi bem puxado conciliar o título com o quinto semestre da faculdade”, diz também a odontóloga, hoje estudante de Medicina. Satisfeita por ter participado de toda agenda de compromissos na época, Liz considera importante ter feito parte da história da cidade, citando que a experiência também foi um motivo de crescimento pessoal. Ela destaca ainda o fato de estar ali mostrando o papel da mulher pelotense recepcionando os visitantes do evento com todo o acolhimento necessário.
Entre as recordações, que são muitas, Liz cita a viagem a Santa Cruz do Sul para escolha das tituladas da Oktoberfest, que poderia ter sido só mais um evento, mas ficou marcado pelo modo carinhoso que a caravana foi recebida pela organização. “Marcou muito”, sintetiza a ex-soberana. Quando lembra daquele período em que o sorriso tinha que estar sempre no rosto, com traje e maquiagem impecáveis, Liz afirma que não tem como deixar de pensar na mudança interna que o título proporcionou a ela. “Me tornei uma mulher mais forte, com crescimento maior nas relações interpessoais. Foi um período muito importante na minha vida”, pontua.
Anna Sinara David – Professora aposentada
Professora aposentada, Anna Sinara David relata que não participou da primeira edição da Fenadoce, mas tem recordações dela. Colecionadora de material sobre o evento da CDL, acompanhou de perto todas as demais. Da primeira, guarda com carinho o cartaz de divulgação em que pêssegos e frutas dividem espaço com outros ingredientes dos doces pelotenses. Pioneira no município com a criação das cestas de café da manhã e para presentear em ocasiões especiais, sempre procurou enaltecer a cidade com produtos locais nas montagens que oferecia através da marca Doces & Ideias em diversos locais.
“Apostei na Fenadoce”, recorda, citando que participou como expositora de várias edições da Feira. “Era muito puxado. Tinha que ter funcionárias para atender lá”, explica. Suas embalagens personalizadas para os doces marcaram época nos estandes que ocupava, com uma aceitação muito grande pelos visitantes que vinham de vários locais. Anna Sinara sempre valorizou as fotos de Pelotas agregadas aos doces que comercializava. Hoje, se ela não está mais presente como expositora no Centro de Eventos, não deixa de prestigiar o evento. “Eu vou várias vezes como visitante”, relata. Sobre a oferta do doce junto ao ingresso para visitar a Fenadoce, Anna Sinara considera muito importante para atrair o público.
Maria Helena Jeske – Empresária (Imperatriz Doces Finos)
Doceira reconhecida pelo empreendedorismo que norteia sua trajetória, Maria Helena Jeske participa desde a quarta edição da Fenadoce. A informalidade inicial da produção deu lugar à qualificação na fabricação dos produtos que leva anualmente ao Centro Eventos. Hoje, a variedade de doces com a sua marca é grande. Inicialmente eram apenas negrinhos e branquinhos. Premiada pelo Sebrae Nacional, através do trabalho junto à Associação dos Produtores de Doces de Pelotas, Maria Helena avalia que cada edição da Fenadoce é um degrau que subiu. “A cada ano se volta mais fortalecida”, garante.
A Feira deu mais visibilidade ao seu negócio, possibilitando que atingisse um patamar mais elevado. A doceira comenta que o crescimento do evento aumenta o número de turistas e de clientes. Sobre uma recordação especial, Maria Helena volta a sua primeira participação na Fenadoce, na qual a confecção de bombons de chocolate marcou sua trajetória. “Fiz os primeiros 40 bombons em uma manhã. Foi muito emocionante. Estava aprendendo ainda”, conclui.