Por: Álvaro Guimarães
Sob o tema “Com São Cristóvão, caminhamos para a paz” aconteceu neste domingo (28) a 39ª Festa de São Cristóvão promovida pela paróquia erguida em nome do santo, na zona norte de Pelotas. A programação incluiu procissão motorizada, almoço festivo e uma missa, no final do dia, e reuniu centenas de motoristas profissionais e suas famílias.
Conforme o padre Jaime Souto, a temática deste ano foi escolhida em função do aumento da violência no Brasil e no mundo, especialmente por conta da escalada de conflitos armados internacionais. “São Cristóvão representa a fé do povo em Deus e que, confiando em Deus, a gente vai alcançar aquilo que é a paz, a fraternidade e ajudar a reconstruir o mundo de tantas catástrofes, guerras e coisas que estão acontecendo de ruim”, disse.
O apelo pela construção de uma cultura de paz não se encerrou no domingo, pelo contrário, o padre explica que nos próximos 12 meses a paróquia realizará ações sobre o tema na comunidade, através da realização de oficinas em escolas da cidade. “Vamos tratar do tema da violência com as crianças e criar um espaço e momento onde elas poderão colocar os problemas que as afetam e, a partir daí, pistas para que elas mesmas vão construindo a paz a partir dos seus lares”, explicou o padre.
As primeiras visitas devem acontecer a partir de agosto.
Homenagem e participação
Adornado com balões laranjas e brancos, o DAF da Transportes Ernani Marini Ltda foi responsável por carregar a imagem do padroeiro dos motoristas, pela cidade durante a procissão motorizada. A escolha, todavia, não foi aleatória. Em novembro do ano passado, o proprietário da empresa, Ernani Marini, morreu aos 77 anos. Membro ativo da Comunidade São Cristóvão, ele esteve presente em todas as edições da festa, além de figurar entre o grupo de fiéis que ajudaram na construção da igreja localizada na rua Lindolfo Collor, 80.
“Na missa de Sétimo Dia dele, o pessoal da comunidade nos chamou e disse que queriam homenageá-lo na festa deste ano e, é emocionante ver isso acontecendo, é uma sensação de saber que ele iria gostar muito de ver tudo isso, porque ele era apaixonado por caminhões e pela profissão”, contou a filha Karen Marini, hoje atual administradora da empresa.
Curiosamente, a direção do DAF foi entregue a um motorista que participou da procissão pela primeira vez, Rudinei Hartwig, 62 anos. Apesar de ser motorista profissional há 44 anos, Hartwig conta nunca ter tido oportunidade de estar ali, em meio a centenas de outros caminhoneiros neste dia de fé e homenagens. “Nos outros anos ou eu estava viajando ou, então, cansado de viagem e descansando, mas este ano estou parado desde quarta-feira justamente para poder estar inteiro aqui para cumprir essa missão nesta linda homenagem ao seu Marini”, afirmou.
Logo atrás, ponteando a fila de caminhões estava o Scania da CSH Transportes, conduzido por Darci Vieira Júnior, 39 anos, motorista profissional há 14 anos, que foi um dos primeiros a chegar para a festa. Todos os anos, quando está na cidade, faz questão de participar da procissão tanto por ser a data dedicada aos motoristas, como pelas mensagens que a festa costuma transmitir.
“Sempre tem muitas mensagens de conscientização tanto sobre a questão do trânsito, como da sociedade em si, além de ser um momento que representa a união da nossa categoria e celebrar o trabalho que escolhemos fazer. E depois desta devastação toda que vimos no estado e causou uma comoção em todo o Brasil e no mundo é muito bom estar aqui e confraternizar com o pessoal”, disse.
Confira registros: