“Portas da História” tem ação de Educação Patrimonial na Catedral de Pelotas

Depois das alunas do Instituto São Benedito, os próximos a participarem do projeto são estudantes da Escola Monsenhor Queiroz (Foto: Igor Islabão/Satolep Press)

Alunas da 5ª série do Instituto São Benedito, em Pelotas, participaram de uma ação de Educação Patrimonial (EP) sobre a Catedral Metropolitana São Francisco de Paula. A atividade integra o projeto “Portas da História”, que está em andamento e tem como objetivo a restauração das portas do templo. Segundo a antropóloga Liza Bilhalva, uma das responsáveis pela educação patrimonial do projeto, o público alvo foi escolhido a partir de algumas premissas fundamentais.

“Optamos por grupos de crianças em idade não muito jovem, para que possam compreender alguns conceitos básicos sobre patrimônio e preservação e ao mesmo tempo instigar a reflexão sobre bens materiais e imateriais durante esse processo de formação”, destaca. Os grupos de catequese da paróquia e integrantes da Rouparia Santa Anna e Gotas de Esperança também participaram de atividades da EP.

No Instituto São Benedito as atividades começaram com uma palestra em sala de aula, tendo com foco a importância do patrimônio histórico da cidade. A ação continuou com a visita guiada pelo interior da Catedral. “Foi um momento de muita emoção, em especial pela proximidade do Instituto e da Catedral na construção dessa história, incluindo a relação com Aldo Locatelli e Emílio Sessa”, observa. O grupo percorreu cada espaço da igreja, observando os detalhes do prédio, hoje tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Após a visita o próximo passo foi traduzir as descobertas em desenhos, ressaltando os detalhes que mais chamaram a atenção.

A professora do Instituto São Benedito, Thalise Rodrigues, acompanhou as alunas e aprovou a iniciativa. “Achei muito interessante porque a Catedral está ao lado da escola e muitas vezes não conhecemos o que há por trás dos muros da história”, observa. Segundo o Instituto Cultural Emilio Sessa, o italiano chegou à Pelotas em novembro de 1948, acompanhado de Aldo Locatelli, depois de várias trocas de correspondência com o Bispo D. Antônio Zattera. Eram convidados para a pintura da Catedral, projetada e assinada pelo próprio Sessa. Segundo relatos, Sessa chegou a se hospedar no São Benedito.

A Educação Patrimonial permite que o indivíduo possa a fazer a leitura do mundo que o rodeia, compreendendo de forma mais profunda o universo em que está inserido. Para Liza Bilhalva a atividade foi muito bem recebida pelas estudantes. “A proximidade entre o São Benedito e a Catedral, o envolvimento dos pintores italianos Aldo Locatelli e Emilio Sessa com o instituto aguçaram a curiosidade das jovens”, observa. O museólogo da Catedral, Everton Lautenschalger – responsável pela visita guiada no local, acredita que o momento serviu para sensibilização. “Para os jovens sentirem com o coração o significado maior da importância preservação do patrimônio”, resume.

O próximo grupo a participar das atividades de educação patrimonial são alunos de 2º ano do Ensino Médio, da E.E.E.M. Monsenhor Queiroz. Eles terão a oportunidade de entender ainda mais sobre a relação da instituição que estudam com a história da igreja. “O prédio da escola já pertenceu ao Visconde de Jaguari, que tem seus restos mortais no interior da Catedral”, ressalta Liza.

A previsão é de que as atividades comecem em agosto, após as férias escolares. O projeto Portas da História acontece através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura (LIC), com o patrocínio integral da Josapar, execução da Perene Patrimônio Cultural e coordenação da Surya Projetos.

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