A prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) entregou na tarde desta quinta-feira (6) 21 kits de robótica a representantes das escolas da rede municipal de ensino. A ação marcou a abertura do 6º Robopel. O evento realizado no Pelotas Parque Tecnológico foi batizado nesta edição “Robopel 211”, numa alusão aos 211 anos de Pelotas.
Desde sua criação, em 2018, o Robopel é lançado na Semana de aniversário do município. A realização é do Pelotas Parque Tecnológico, e contempla crianças e adolescentes do Ensino Fundamental das redes pública e particular. Neste ano, de acordo com a diretora executiva do Parque, Rosâni Ribeiro, estão envolvidos 35 estabelecimentos de ensino.
Os kits de robótica contam com ferro de solda, alicate de bico fino, jumper, potenciômetro, cabo USB, capacitor eletrolítico, entre outros itens. Eles serão utilizados pelos professores responsáveis pelos clubes de computação criados a partir do Robopel – hoje presentes em 21 educandários. Detalhe: há seis anos, quando começou, eram apenas três.
Além dos kits entregues pela prefeita, pelo vice Idemar Barz (PSDB) e pela secretária de Educação e Desporto, Adriane Silveira, serão distribuídos pelo Pelotas Parque Tecnológico mil robôs a pilha feitos em papelão na forma do Pevitro, mascote do Robopel. O material utilizado desmistifica a ideia de que para produzir tecnologia é necessário ter acesso a materiais caros e sofisticados. “Não é preciso material caríssimo para fazer tecnologia e inovação. Pode ser feito com sucata, com itens acessíveis, com o que se tem em mãos, é o que queremos despertar nos professores, alunos e pais – temos oficina para isso no nosso canal no youtube [https://www.youtube.com/@pelotasparquetecnologico4044], que ocorre todo o mês de julho, onde mostramos como se faz essas coisas com materiais acessíveis”, disse Rosâni.
Centenas de crianças e adolescentes das redes pública (Estado e Município) e particular acompanharam o evento. Dezenas delas exibiam trabalhos desenvolvidos em projetos de informática e inovação tecnológica.
Solenidade
A abertura do Robopel 211 contou com a banda do Instituto de Menores Dom Antônio Zattera, a quem coube executar o Parabéns a Você a Pelotas no encerramento da solenidade. Antes, porém, houve espaço à fala das autoridades presentes. O presidente do Conselho de Administração do Pelotas Parque Tecnológico, Leonardo Reichow, abriu os discursos. O executivo reconheceu a importância da prefeitura no evento bem como da diretora executiva do Parque. Reichow deixou claro que o Robopel é o projeto mais importante em curso atualmente no Parque Tecnológico. De acordo com ele, a atividade aproxima as crianças do Parque e da educação tecnológica.
“Em alguns deles vai despertar desde cedo o interesse pela ciência, pela educação tecnológica, pela tecnologia, quem sabe vão sair daí futuros cientistas, futuros engenheiros, desenvolvedores de softwares, futuros pesquisadores e principalmente futuros empreendedores”, afirmou Reichow, que conclamou para a próxima edição um fomento ainda maior em direção ao empreendedorismo tecnológico “nas nossas crianças.”
A prefeita, que antes de discursar visitou a exposição dos trabalhos das escolas, disse que o Robopel é “uma injeção na alma de energia, de vontade de seguir em frente, de esperança e de otimismo em relação ao futuro.” Justifica: “É maravilhoso ver as crianças desenvolvendo e programando jogos de computador.” Além de agradecer ao Pelotas Parque Tecnológico pelo fomento à inovação e à vontade de inovar, Paula disse estar convicta de que se pode fazer mais e melhor: “Estamos formando uma geração que vai ser muito capaz de encontrar soluções e de inovar com ousadia e coragem”.
Protagonismo e transformação
Diretor técnico do Parque Tecnológico, o professor de Computação da Universidade Federal de Pelota (UFPel), Tiago Primo – na organização do Robopel desde a primeira edição, defende que esta é uma iniciativa que promove importantes mudanças de paradigmas. Entre elas, ao oportunizar ferramentas e potencializar para transformar a realidade em que o público alvo do projeto está inserido, faz com que alunos e professores deixem de ser meros consumidores de tecnologia para se tornarem protagonistas do processo – não mais receptor de um serviço de tecnologia.
“Com a Inteligência Artificial inserida cada vez mais na sociedade, é muito importante conhecer o funcionamento de um computador, entender o que tem que comunicar e trabalhar em conjunto pra que a gente não fique à mercê do uso da tecnologia”, afirma.
Ele vê avanços nesta mais de meia década de Robopel. Além do crescimento exponencial de clubes de computação nas escolas, com a pandemia “fizemos do limão uma limonada”. “Aproveitamos para formar professores para o uso das tecnologias, para gravar seus vídeos. Tenho sorte de que uma das professoras dos clubes está fazendo doutorado comigo [Cris Helena Padilha, da qual é orientador], é um projeto que plantou sementes, amadureceu para outros públicos, principalmente professores, e a rede se formou, para mim, como professor, isso é o grande sucesso, saber que aquilo que foi construído lá atrás como um sonho é realidade.”