Pelotas: Instituto Francisco Lobo da Costa celebra 8 anos de história

Ângela Treptow Sapper, presidente, e Estevina Matarredona, diretora do instituto. (Foto: Daniela Alves/JTR)

Prestes a celebrar o 8º aniversário como Instituto, mas que há 33 anos desenvolve atividades relacionadas ao resgate da vida e memória de Lobo da Costa, o Instituto Francisco Lobo da Costa (IFLC), surgiu, pela primeira vez, em 1991, como “Confraria Literária Amigos de Lobo da Costa”. Em anos de história, deu chance às vozes que se mantêm caladas, porém carregam consigo enorme talento e apreço pelas artes.

Conforme a presidente do instituto, Ângela Treptow Sapper, o projeto inicial contava com o apoio das prefeituras e secretarias para ser desenvolvido em Pelotas e nos demais municípios da região, acontecendo a partir de Jornadas Literárias que levavam os integrantes não apenas a discutir as obras de Lobo, mas também convidava os autores desconhecidos a apresentarem seus trabalhos ao público integrante.

Sobre o evento, Ângela destaca que a união entre os membros é algo característico do projeto, uma vez que mesmo àqueles egressos do Instituto, buscam fazer parte das celebrações e encontros realizados.

Trabalhos realizados

Dentre as atividades desempenhadas pelo Instituto, estão saraus que acontecem normalmente na última terça-feira de cada mês, dos quais fazem parte as declamações de poesia e discussões literárias, além de comes e bebes; teatros que adaptam as obras lobianas; jantares de aniversário Lobo da Costa no dia 12 de julho, data em que nasceu o autor e é comemorado o Dia do Poeta Pelotense; e também o Momento Lobo da Costa, série de episódios sobre a vida e obra do poeta disponíveis no YouTube, através do canal www.youtube.com/@MomentoLobodaCosta.

Dentre as atividades desempenhadas pelo Instituto Francisco Lobo da Costa, estão saraus que acontecem normalmente na última terça-feira de cada mês. (Foto: Divulgação)

Troféu Lobo da Costa

“Decidimos homenagear cinco personalidades ou instituições que se ressaltam no seu trabalho importante pela cultura, pelo desenvolvimento da região, pela história de Pelotas e do RS, pela literatura em todos os níveis”, explica a presidente.

O IFLC homenageia, anualmente, desde 2017, cinco pessoas ou entidades com o troféu Lobo da Costa, reconhecendo através dele, as contribuições destes homenageados à cultura e ao patrimônio pelotense. O JTR, este ano, integra a lista de selecionados para recebimento da homenagem, simbolizando o reconhecimento de suas contribuições à comunidade pelotense. Dentre os homenageados de 2024, também fazem parte a Sociedade Pelotense Música pela Música, a Casa de Cultura de Pelotas, o Lar Dona Conceição, e o pintor Mário Campello.

Agenda

O próximo Sarau Lobiano acontecerá no dia 25 de junho, enquanto o jantar de aniversário do IFCL está marcado para o dia 5 de julho, ambos acontecendo no Clube Caixeiral de Pelotas. A diretoria do Instituto, por sua vez, solicita que interessados em participar do projeto entrem em contato através da página homônima da instituição no Facebook ou por meio do grupo privado no Facebook, chamado “Instituto Francisco Lobo da Costa”.

Quem foi Lobo da Costa

Francisco Lobo da Costa está entre os maiores escritores do Rio Grande do Sul, tendo nascido em 12 de julho de 1853, em Pelotas, e morrido na mesma Princesa do Sul, em 18 de junho de 1888. (Foto: Divulgação)

Popular figura da história pelotense, Francisco Lobo da Costa está entre os maiores escritores do Rio Grande do Sul, tendo nascido em 12 de julho de 1853, em Pelotas, e morrido na mesma Princesa do Sul, em 18 de junho de 1888.

De berço modesto, o poeta começou a trabalhar aos 14 anos, tornando-se jornalista ao longo de sua trajetória e colaborando em diversos jornais, além de publicar obras em prosa e verso. Lobo da Costa entrou para a sociedade pelotense através de amigos que eram grandes personalidades da época, tais como Fernando Osório e Saturnino Epaminondas de Arruda, sendo assim, convidado para saraus, por ter versos férteis e ser alguém de fácil encanto.

Apaixonado pela irmã de Saturnino, Elvira Arruda, o poeta fez da mulher sua musa, no entanto, embora tivesse o sentimento correspondido, o enlace não era do gosto da família.
Em 1874, a fim de melhorar seu status social, Lobo da Costa viajou até São Paulo para cursar Direito, não chegando a concluir o curso. Entre 1884 a 1888, várias internações voluntárias do poeta aconteceram na Santa Casa de Misericórdia de Pelotas, com a finalidade de livrar-se do vício pelo álcool. Todas sem sucesso. Tal acontecimento reflete em sua morte em 18 de junho de 1888, em que, embriagado após deixar a instituição de saúde, foi encontrado morto por um carroceiro. Em se tratando de um dia frio de inverno, a causa da morte foi hipotermia, por ter sido exposto à baixa temperatura após ser assaltado e ter tido as roupas retiradas de si.

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