Memorial Fenadoce conta ao público a história e relembra a origem doceira de Pelotas e região

Ao todo, oito personagens compõem a área dedicada ao Memorial da Fenadoce, entre eles o barão (de bengala), interpretado pelo ator Rodri Aliandro, e a baronesa Margarida, vivida pela atriz Luiza Robaina. (Foto: Rafael Takaki)

Em um de seus principais estandes, a 30ª Fenadoce conta sua história aos visitantes que marcam presença no evento através do Memorial Fenadoce. O pavilhão especial conta com murais que apresentam a história das 30 edições até o presente momento, além de abordar as origens do doce em Pelotas e exibir os vestidos utilizados pelas baronesas desde sua primeira edição, quando ainda carregavam o título de rainhas.

“A gente fala um pouco do passado, tentando viver o presente e prospectar um olhar para o futuro”, conta Rodri Aliandro, o artista por trás do caricato barão português que circula pela Feira arrancando sorrisos, formando memórias e levando adiante a história do doce no município.

Em um ambiente que mescla o imediatismo da atualidade moderna e a antiguidade que formou a comunidade de riquezas culturais que presenciamos hoje, o pavilhão é estrategicamente montado para o contato com o público de todas as idades. Atraindo os mais jovens através do palco de Creators, onde influencers pelotenses divulgam seus trabalhos e realizam dinâmicas, e os mais velhos pela história, despertando assim o interesse de ambos os públicos ao que, para eles, anteriormente não se mostrava como atrativo. “Através dessa linha do tempo, as pessoas que vêm visitar o Memorial têm acesso à história. A gente fez uma exposição com os estudos, com os vestidos das rainhas, desde 1996 até os dias atuais, que agora são baronesas”, relata o ator.

No Memorial, também é possível apreciar os 28 modelos de vestido anteriormente utilizados pelas cortes da Feira. (Foto: Julia Barcelos/JTR)

Ainda, incluídos no setor do Memorial, estão: o Espaço da Formiga, área dedicada às crianças, onde a famosa Docília tem seu momento de fotos com o público e que conta também com mesas de desenhos e espaço para que os menores brinquem; a réplica do Museu da Baronesa, construção que imita o clássico ponto turístico pelotense e serve como um espaço reservado para a corte de baronesas, onde são recebidos visitantes e a interação com o público acontece; o Espaço Creators, palco dedicado especialmente aos influenciadores digitais pelotenses que marcam presença no evento, através de palestras e dinâmicas com o público.

Tendo como principais destaques os atores que refletem a origem dos tradicionais doces locais, entre eles, o quindim, o pastel de Santa Clara, a trouxinha e o camafeu, o público que visita o Memorial vivencia um processo de imersão na história do doce e, por consequência, na história da Princesa do Sul, hoje Capital Nacional do Doce, em reconhecimento às suas riquezas e doçuras.

Entre barões portugueses e imigrantes africanos, vale destacar que a história do doce é também um lembrete de luta e reinvenção. Uma vez que, historicamente, a cidade conquistou sua fama com a exportação de charque que ia para outros Estados, enquanto o açúcar chegava por aqui. Assim, a produção doceira era a maior pedida nos eventos organizados pela alta sociedade pelotense.

Contando com a exibição de 28 modelos de vestido anteriormente utilizados pelas cortes, é com fascínio que o público admira os detalhes das pedrarias, do brilho e dos tecidos finos usados na confecção dos trajes, características que também fazem parte da época a qual pertenciam.

Uma palavrinha dos barões portugueses

Interpretada por Luiza Robaina, a baronesa portuguesa, de nome Margarida, integra o elenco de atores ao lado do barão. Juntos, eles contam a história da Fenadoce e, também, passam adiante a cultura doceira que forma a história da região.

“Acho sensacional a troca que a gente tem com o pessoal. É bom de ver que tem muita gente interessada que gosta de realmente entender o que a gente tá fazendo aqui. Entender a história e gostar de fato, não só passar por passar, tem gente que realmente sai daqui agregando alguma coisa em si”, relata Luiza.

Ao todo, oito personagens compõem a área dedicada ao Memorial da Fenadoce, mantendo o público atento e despertando a curiosidade dos visitantes. “No momento em que as pessoas reconhecem sua própria história, elas acabam criando uma identidade própria. No momento em que elas reconhecem o lugar de onde elas vieram, elas aprendem a cultura do lugar delas, elas adquirem mais autonomia, mais autoestima. Elas acabam valorizando mais a história e o espaço onde elas vivem”, destaca Aliandro sobre os objetivos de valorização tidos através do Memorial.

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