*Com informações da Assessoria de Imprensa
A Feira Nacional do Doce (Fenadoce) é um dos principais eventos de Pelotas e do Rio Grande do Sul, evidencia o valor turístico da cidade e promove a cultura doceira.
Promovida pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) Pelotas, a Feira realizada anualmente recebe público de cerca de 250 mil pessoas e comercializa, pelo menos, um milhão de doces, além de promover inúmeros negócios. Este ano, devido à pandemia de Covid-19, a 28ª edição que ocorreria entre os dias 29 de maio e 14 de junho foi adiada por decisão dos organizadores, a princípio, para o segundo semestre do ano. Diante do atual panorama de avanço da doença, a sua realização ainda é uma incógnita.
O potencial econômico do evento vai além da Zona Sul, pois atrai empreendedores de outras regiões do estado que aproveitam o público que passa pelo local para incrementar seus negócios. A preparação da Feira já é pensada no fim da edição anterior. Segundo a organização da Fenadoce 2020, as primeiras semanas do ano são sempre dedicadas à venda dos estandes.
O evento atrai turistas de várias regiões do Brasil e de países vizinhos, tendo contabilizado, em 2019, mais de 900 excursões. Levantamento feito pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Turismo e Inovação aponta que a última edição foi a que mais recebeu excursões de várias cidades gaúchas e do país vizinho, o Uruguai. Quase 30 mil pessoas estiveram em Pelotas por meio de excursões realizadas para visitar a Feira, cerca de três vezes o número de excursionistas registrado há três anos. Entre as cidades de onde mais vieram visitantes estão Camaquã, Canguçu e São Lourenço do Sul. Os visitantes uruguaios foram responsáveis por 5% das excursões realizadas para o município.
Os prédios históricos também receberam maior número de visitas durante a Fenadoce. O Museu do Doce registrou a passagem de quatro mil pessoas, o Casarão 2 recebeu pouco mais de dois mil visitantes e a Catedral São Francisco de Paula quase 800 turistas. A rede hoteleira foi um dos setores que mais se beneficiou com o fluxo de pessoas. Durante a semana, 65% dos espaços oferecidos na cidade ficaram ocupados e o percentual de ocupação aos fins de semana chegou a 90%.
Um marco para Pelotas e para a Fenadoce foi o reconhecimento do município, em maio de 2018, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como Patrimônio material e imaterial do Brasil. A tradição doceira de Pelotas, que inclui a “Tradição Doceira da Região de Pelotas e Antiga Pelotas – Morro Redondo, Turuçu, Capão do Leão e Arroio do Padre”, também foi inserida no Livro de Registro do Patrimônio Imaterial, na categoria dos saberes (artigo 1ᵒ ,SS1ᵒ, inciso I, do Decreto 3.551/2000).
Com o duplo registro, que aconteceu pela primeira vez na história do Instituto, o Conjunto Histórico de Pelotas foi tombado, com registro nos três livros do Iphan: Livro de Tombo Histórico; Livros de Belas Artes e Livro de Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico. A partir do registro, a manutenção da tradição passou a ser uma responsabilidade do município. As praças José Bonifácio, Coronel Pedro Osório, Piratinino de Almeida, Cipriano Barcelos e o Parque Dom Antônio Zattera, conjuntamente com a Charqueada São João e a Chácara da Baronesa foram reconhecidas como Patrimônio Cultural Brasileiro.
Para coroar estas conquistas, em setembro do ano passado, o governador Eduardo Leite sancionou a lei que declara a Fenadoce como Patrimônio Histórico e Cultural do Rio Grande do Sul, proposta de autoria do deputado estadual Luiz Henrique Viana (PSDB).