Começa na terça-feira (24) a 14ª edição do Fórum Estadual de Museus, em Pelotas. O tema desta edição é “Políticas Públicas para Museus: os 20 anos da Carta de Rio Grande”, e as atividades vão até o dia 27 de maio. As inscrições para ouvintes podem ser feitas até hoje (23), via formulário.
Em formato híbrido, a programação conta com palestras, apresentações de trabalhos, grupos de trabalho e mesas-redondas com o objetivo de discutir e encaminhar políticas públicas para o setor museológico – acesse aqui a programação completa. O evento e suas discussões sobre as políticas públicas de museus resultarão na aprovação do Plano Setorial de Museus do RS pelos participantes.
O Fórum é uma realização da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), por meio do Sistema Estadual de Museus (SEMRS), em parceria com Prefeitura de Pelotas, através da Secretaria Municipal de Cultura (Secult) e a Universidade Federal de Pelotas (UFPel), por meio da Rede de Museus da UFPel/Prec e do Bacharelado em Museologia, – a universidade recebe o evento no auditório do Centro de Artes (Rua Álvaro Chaves, 65 – Centro).
“Nossa gestão tem trabalhado com afinco para garantir o pleno funcionamento das instituições museológicas do estado. A realização de uma nova edição do Fórum garante oportunidades ímpares para aprofundamentos, com trocas de experiências, enriquecimento mútuo e encaminhamentos de políticas públicas”, projeta a secretária da Cultura, Beatriz Araujo.
“O Fórum é um espaço especialmente pensado e organizado para estabelecer discussões e troca de experiências positivas sobre o universo dos museus, assim como de busca de soluções para seus problemas e dificuldades, considerando a conjuntura regional, nacional e internacional”, explica o assessor especial de Memória e Patrimônio da Sedac, Eduardo Hahn.
“O objetivo geral do evento é fomentar reflexões e debates acerca das relações entre os museus e a sociedade, a fim de garantir a efetivação das políticas públicas para suprir as necessidades do campo museológico. No Fórum, o direcionamento das políticas públicas de museus se dá por meio de discussões de temáticas, que contemplam todas as necessidades das instituições museológicas para a preservação da memória cultural”, aponta a coordenadora do SEMRS, Carine Duarte.
Para a prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas, receber a 14ª edição do Fórum Estadual de Museus é motivo de grande orgulho, especialmente pela tradição museológica da cidade. “É uma oportunidade de aprofundarmos os debates com todos os entes estaduais ligados a esse setor e pensarmos uma política comum que qualifique cada vez mais a área. Temos um passado no qual nos orgulhamos e questões que apontam para o futuro, projetos que são muito importantes pra nós e que, certamente, estarão inseridos na discussão, como a constituição do nosso Museu da Cidade.”
O secretário da Cultura de Pelotas, Paulo Pedrozo, fala sobre a volta do Fórum para a Região Sul do estado. “Para a cidade, é muito importante receber esse encontro, que debate as políticas públicas dos museus e propicia a assinatura do Plano Museológico Estadual”.
A professora do curso de Museologia da UFPel, Noris Leal, destaca a importância de retomar o evento – a última edição ocorreu em 2013. “O Fórum sempre foi um momento de congraçamento da área, de organização do setor, que necessitava muito dessa reunião. É onde a comunidade se reúne para definir as demandas e urgências, necessárias para para a organização das atividades do Sistema de Museus e, consequentemente, para o fortalecimento das políticas públicas”.
Carta de Rio Grande
Em 2002, no encerramento do 8° Fórum Estadual de Museus, realizado no município de Rio Grande, foi aprovada por unanimidade entre os participantes – com representações de 12 estados – a Carta de Rio Grande, documento que visava propor a necessária implantação de uma política para o setor museológico e de patrimônio cultural nos âmbitos estaduais e federal.
Entre os pontos levantados pela Carta, estão os princípios orientadores para uma Política Nacional de Patrimônio Cultural e Museus, políticas de gestão e organização do Setor Museológico, políticas de financiamento e fomento aos museus nacionais e estaduais, democratização e acesso aos bens culturais, capacitação e formação, aquisição e gerenciamento de acervos e bens culturais.
A Carta de Rio Grande adquiriu importância para além do Rio Grande do Sul. Foi com base nas demandas por ela pautadas que se construiu toda a política nacional do setor, publicada em 2003.