O prefeito Rui Brizolara (União), decretou situação de emergência na quinta-feira (28), em decorrência dos prejuízos causados pela chuva de granizo ocorrida no sábado (23). Os prejuízos somam cerca de R$11,7 milhões, nas culturas de pêssego e olericultura, bem como galpões, propriedades, residências, estufas plásticas e silos.
Os dados constam em relatório elaborado pelo escritório municipal da Emater/RS-Ascar. As perdas, segundo o chefe do escritório, Evaldo Voss, referem-se às atividades agrícolas e infraestrutura das propriedades rurais do município.
O mês de setembro também foi marcado por excesso de chuvas, com volume de 683 mm entre os dias 1º e 25 de setembro. A média mensal é de 190mm, no período de 1989 a 2022). Os efeitos foram agravados com a queda de granizo.
Conforme Voss, a persicultura foi uma das atividades mais impactadas, pois nesse período do ano os pomares estão em plena frutificação. O excesso de chuva comprometeu o pegamento de frutas, os tratamentos fitossanitários e a eficiência das adubações.
O granizo atingiu a região produtora de maneira forte, causando quedas de algumas frutas e lesões nas que permaneceram nas árvores. A expectativa inicial de 9 mil toneladas de frutas, hoje está comprometida em pelo menos 5 mil, sendo que dessa perda 2 mil foram decorrentes diretamente do granizo.
Ele projeta que o prejuízo nessa cultura pode acarretar em desemprego e queda de arrecadação nas cinco indústrias conserveiras instaladas no município, cujo produto de processamento principal, ou em alguns casos exclusivo, é o pêssego.
Na Olericultura, as perdas decorrem da inviabilidade de condições para o plantio, das perdas por apodrecimento das culturas e pelo efeito direto da chuva de granizo que atingiu lavouras de cebola, alho, brócolis, couves, repolhos, morangos entre outras.
Na infraestrutura os danos decorrem da chuva de granizo, que causou prejuízos em cerca de 100 propriedades, com quebra e perfuração em telhas de fibrocimento. É necessária a reposição de 1 mil telhas, perfuração e rasgos em lonas plásticas de cobertura de estufas e perfuração em lonas de silos.
Em decorrência dos danos nos telhados, foi registrada a perda de milho estocado em silos secadores em uma propriedade. Os danos nas coberturas de estufas plásticas registrados em duas propriedades comprometem a produção de morangos. Nos silos armazenadores de silagem de milho a perfuração da lona de cobertura acarreta no apodrecimento da silagem.
O relatório ainda demonstra as perdas decorrentes do comprometimento da malha viária municipal, com cerca de 250 km de estrada vicinais afetadas, dificultando ou até inviabilizando o deslocamento de pessoas e produtos.
O levantamento cita o alto custo de manutenção de bueiros, pontes e estradas que se encontram sem condições de trafegabilidade. Também em decorrência das condições climáticas relatadas estão sendo frequentes os desligamentos e quedas de energia, causando perdas de produtos, inviabilidade de uso de equipamentos como ordenhadeiras e resfriadores e comprometimento do conforto das famílias rurais.
Os dados levantados contaram com informações obtidas de relatos e registros dos produtores junto a Prefeitura Municipal, Defesa Civil, Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural e Turismo, Secretaria de Obras, Urbanismo e Trânsito e Emater, mostrando uma estimativa de perdas para os principais produtos agropecuários do município e de propriedades rurais e urbanas.
Confira os prejuízos causados pelo excesso de chuvas e queda de granizo em Morro Redondo:
Pêssego: R$10 milhões;
Olericultura: R$200 mil;
Galpões com quebras de telhas: R$200 mil;
Quebras de telhas em propriedades rurais e urbanas: R$80 mil;
Estufas plásticas, lonas: R$50 mil;
Silos: R$10 mil;
Manutenção de estradas: R$ 1,2 milhão;
Total: R$11,7 milhões.
Confira mais fotos do granizo e dos prejuízos
