Desassoreamento do rio Piratini volta a ser pauta na região

O objetivo é garantir a qualidade da água, prevenir enchentes e manter a biodiversidade. (Foto: Felipe Echenique)

Os municípios de Cerrito e Pedro Osório continuam trabalhando no desassoreamento do rio Piratini, iniciado em Pedro Osório no ano passado. O objetivo é garantir a qualidade da água, prevenir enchentes e manter a biodiversidade.

A Prefeitura de Pedro Osório recebeu autorização da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) em 5 de julho de 2024 para realizar o desassoreamento. O projeto foca em dois pontos estratégicos do rio onde há acumulação de areia, causando barramentos de água. Já em Cerrito, o processo envolve a remoção de mata do meio do rio.

O prefeito de Cerrto, Flavinho Vieira (PP), realizou uma visita técnica ao rio Piratini na segunda-feira (20) para avaliar a parte técnica do processo. O Programa de Desassoreamento integra o Plano Rio Grande, com investimentos de R$ 1,49 bilhão, visando reduzir o risco de cheia, melhorar o fluxo de água, manter a biodiversidade e apoiar atividades humanas.

O desassoreamento é fundamental para manter a saúde dos ecossistemas fluviais. Paralelamente, o Programa Estadual de Pagamento por Serviços Ambientais (Pepsa) oferece apoio financeiro e técnico a proprietários de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN), com investimentos de R$ 3 milhões.

A opinião popular atribui as cheias do rio Piratini ao assoreamento causado pela vegetação excessiva. A remoção dessa vegetação é complicada devido às normas e leis ambientais, exigindo uma solução equilibrada entre proteção ambiental e prevenção de enchentes. O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) já havia recomendado, em 20 de maio do ano passado, que municípios da bacia hidrográfica do rio dos Sinos respeitassem as normas ambientais durante atividades de desassoreamento de cursos hídricos. A recomendação foi enviada para diversos municípios da região com o objetivo de garantir a integridade e legalidade das ações de desassoreamento.

A promotora de Justiça Ximena Cardozo Ferreira destacou na oportunidade que os municípios já estavam realizando atividades de desassoreamento e que era fundamental seguir as orientações técnicas do órgão ambiental estadual para evitar danos ao meio ambiente.

Em entrevista ao portal g1 em setembro do ano passado, o professor Plínio Barbosa de Camargo, especialista em Ecologia Aplicada da USP em Piracicaba, destacou a importância do desassoreamento de rios. Camargo explicou que esse processo previne enchentes, preserva a vida aquática e mantém a oxigenação da água.

O especialista mencionou que o assoreamento, causado por sedimentos levados por chuvas, ventos ou ação humana, prejudica a vida nos fundos dos rios. Ele recomenda manutenção periódica para evitar bloqueios e sedimentação.

A entrevista ocorreu à época em que um processo similar de desassoreamento ao que está sendo realizado no rio Piratini foi realizado no rio Piracicaba, entre a ponte do Mirante e o Ribeirão do Enxofre, próximo ao deságue do Córrego Itapeva.

O desassoreamento do rio Piratini, que divide os municípios de Cerrito e Pedro Osório, é visto como promissor para prevenir enchentes e proteger o meio ambiente. Além disso, soma-se as outras ferramentas de gestão de riscos, como os estudos hidrológicos realizados pelas equipes da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

Essas pesquisas visam auxiliar na prevenção de cheias, mitigando os impactos socioeconômicos e ambientais nas comunidades. Agora, a expectativa é que o desassoreamento contribua significativamente para reduzir os riscos de enchentes na região.

Enviar comentário

Envie um comentário!
Digite o seu nome