Agroindústria Sítio Dona Luiza aposta na produção de queijos artesanais e derivados de leite

Proprietário da agroindústria, Leandro dos Santos Falcão iniciou em 2017, e hoje produz queijos e doce de leite. (Foto: Adilson Cruz/JTR)

Tudo começou em 2017, com a produção improvisada de queijo em panelas na cozinha de casa, tendo amigos e familiares como experimentadores. Assim foi o limiar do que se tornaria a Agroindústria Sítio Dona Luiza, empreendimento do produtor Leandro dos Santos Falcão.

Localizada no Passo das Pedras, em Capão do Leão, a pequena indústria se dedica à produção de queijos artesanais e doce de leite e, recentemente, conquistou o selo Sabor Gaúcho, sendo a primeira agroindústria do município a receber a distinção. A legalização junto à prefeitura foi conquistada em 2020 e teve a participação de muita gente. Falcão cita como exemplo amigos, familiares, técnicos da Emater/RS-Ascar e da administração municipal da época, com apoio que permanece com a atual gestão.

A entrega do certificado de inclusão no Programa Estadual de Agricultura Familiar (Peaf) ocorreu em fevereiro deste ano, no estande da Prefeitura do Capão do Leão na 32ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, realizada na Estação Experimental Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado, localizada no município.

Pasteurizador foi um dos investimentos necessários para obter a certificação e agilizou o trabalho, antes feito manualmente. (Foto: Adilson Cruz/JTR)

A certificação concedida pelo governo do Estado atesta a conformidade das instalações e produtos com as regras estaduais de produção da agricultura familiar e possibilita a comercialização em grandes feiras, como a Fenadoce e a Expointer. Atualmente, os produtos são vendidos em feiras livres, tanto no Capão do Leão quanto em Pelotas e, em pequenos estabelecimentos como padarias, mercearias, cafés, minimercados e mais recentemente em açougues.

As instalações da agroindústria, localizada na propriedade do pai do produtor, tiveram o aproveitamento de uma sala antes usada como moradia para empregados e foram adequadas às exigências do programa, seguindo as boas práticas de produção, com um investimento inicial de R$ 20 mil. Entre as aquisições, um pasteurizador com capacidade para 150 litros, o que agilizou o trabalho, antes feito manualmente.

De duas a três vezes por semana, parte do leite é destinada à produção dos queijos e doce de leite, este em menor volume, de 15% a 20% do total. A meta é produzir 50 queijos por semana.

O processo de fabricação do queijo se inicia pela pasteurização, realizada à temperatura de 60 graus, o que leva em média quatro horas. Após todas as etapas do processo, o queijo toma forma ao passar pela prensa e fica em maturação em média 12 dias. Depois é embalado e rotulado para venda. “Até atingir a qualidade que se tem hoje, e esta sempre foi uma preocupação minha, foram muitos testes e receitas”, salienta.

E ele não se contenta somente em apresentar o queijo puro, procurando sempre adicionar ingredientes e temperos a fim de testar os sabores. Além do queijo original, há também opções com orégano, pimenta e com os dois ingredientes mais alho. Além disso, há o doce de leite que, segundo ele, forma uma combinação perfeita com o queijo. A intenção, num futuro próximo, é diversificar ainda mais a produção e levar aos consumidores o iogurte e a manteiga com a marca do Sítio Dona Luiza, que já estão sendo testados.

Produtor de leite vinculado à indústria, inicialmente à Cooperativa Sul-Rio-Grandense de Laticínios Ltda. (Cosulati), e atualmente à Latvida, a decisão de destinar parte da produção, que varia de dois a quatro mil litros por dia, veio com a crise da Cooperativa, que passou a atrasar os pagamentos.

No local são produzidos queijos artenasanais e doce de leite, mas Falcão planeja agregar outros produtos como iogurte e manteiga. (Foto: Adilson Cruz/JTR)

Ele também conta que o nome Sítio Dona Luiza foi inspirado na bisavó, pois a propriedade de 30 hectares, distante 20 quilômetros do centro urbano do município, foi adquirida pelo avô Lélio Falcão I, que homenageou a mãe, e foi herdada pelo pai, Lélio Falcão II.

No local, mantém a leitaria, onde são criadas a pasto em torno de 20 vacas, a maioria da raça Jersey. Com o objetivo de aumentar a produção e a disponibilidade de matéria-prima, sempre que pode adquire novos animais ao plantel. A ideia de parar de fornecer para a indústria também é cogitada pelo produtor, pois desta forma conseguirá dobrar a meta inicial na fabricação dos queijos.

Os produtos com a marca Sítio Dona Luiza podem ser adquiridos nas quintas-feiras, na Feira da Agricultura Familiar do Capão do Leão, ou nas terças e sábados, na banca da Mara Merengue, na avenida Bento Gonçalves e praça Dom Antônio Zattera, respectivamente.

Além disso, são encontrados em vários estabelecimentos de Capão do Leão e Pelotas e, em breve, na Fenadoce e Expointer, pois o convite já foi recebido. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (53) 99920-6300.

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