Capão do Leão: Em boletim de ocorrência, assessor afirma que vereador pedia parte do salário e ficava com vale-alimentação

Vereador Jhulian Ferreira (PSB) negou a acusação e disse não ter nada a esconder. (Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação)

Um assessor de gabinete do vereador Jhulian Ferreira (PSB), de Capão do Leão, registrou em boletim de ocorrência que o parlamentar ficou com o cartão de vale-alimentação, no valor de R$ 1.065, e que pedia parte do salário, de R$ 1.605,04. Um ofício foi enviado ao presidente da Câmara, André Porto (PTB), que aguarda resposta do parlamentar para determinar o andamento. A Polícia Civil também investiga o caso.

O vereador Paulo Renato Miranda (MDB) afirma que Renan da Silva Siqueira o procurou na sexta-feira (1º) e decidiu ir à Delegacia registrar o boletim de ocorrência. No documento, Miranda aponta que o assessor o relatou estar sofrendo extorsão pois Ferreira havia ficado com o cartão de vale-alimentação logo após a admissão, passando a receber o valor de R$ 1.065 e que não havia sido informado dos benefícios que teria. Além disso, é relatado que o vereador havia pedido parte do salário do assessor.

Na segunda-feira (4), Miranda também encaminhou ofício ao presidente do Legislativo. O documento foi lido na Sessão Ordinária de terça-feira (1º) por Ferreira, que é primeiro secretário da mesa diretora. Porto disse que enviaria, junto ao setor jurídico da Casa, ofício ao gabinete de Ferreira para que este apresentasse esclarecimentos.

Um vídeo, ao qual o Jornal Tradição Regional teve acesso e que foi exibido durante a sessão, mostra um diálogo entre o Siqueira e Ferreira, com a imagem borrada. Ao longo de sete minutos, ambos conversam sobre um acordo. “O acordo que eu fiz foi um e tu não cumprindo”, disse o parlamentar. O assessor argumenta que não havia sido informado que o cargo teria benefícios e que a proposta foi “às cegas”. Ferreira afirma que precisaria de uma quantia até o final do mandato. “Se queimar por R$ 300”, argumenta o assessor.

Também na segunda-feira, o parlamentar publicou um vídeo em seu perfil em uma rede social com a presença do assessor em que confirma o teor da filmagem e que disse ser “uma dívida antiga” e que ambos haviam combinado de “acertar neste momento”. O assessor disse que “acertou as contas com Ferreira” e que seguirá o trabalho.

O Tradição Regional tentou contato por telefone e mensagem com Ferreira nesta terça-feira (5), mas não obteve retorno. Na Sessão de hoje, ele lembrou que parlamentares debocharam da nomeação do assessor e que hoje estão próximos “se fazendo de amigos”. “Estão utilizando de um fato, querendo utilizar da vida do guri”, apontou.

Segundo ele, logo após retornar da delegacia, Siqueira entrou em seu gabinete chorando e, juntos, foram novamente à Polícia. “Naquele momento ele falou com o pessoal da delegacia, com o delegado e deixou claro que ele foi induzido pelo vereador Renato Miranda a falar tudo o que falou e disse que tudo o que falou naquele momento ele foi forçado a falar porque passaram a semana toda incomodando o guri: ‘Vamos acabar com a vida do Jhulian’”, disse.

Ferreira negou que estivesse intimidando o assessor e afirmou que Miranda pressionou para que o homem registrasse a denúncia. “Estou com meus advogados, eles estão a par disso, e tudo que estão falando está sendo registrado”, disse. Ao final, o vereador afirmou que não tem nada a esconder. “Vamos investigar os fatos, que sejam apurados e vou responder a todos eles com tranquilidade”.

Assessor nega ameaça

Ao Tradição Regional, o assessor afirmou que não foi pressionado para registrar a ocorrência, mas sim para tentar retirar a queixa e gravar o vídeo de esclarecimento. Siqueira afirmou que a relação que tinha com o parlamentar era boa antes do convite para integrar a equipe, no início de outubro e que o salário proposto inicialmente seria de R$ 500. Em contato com outros membros da casa, no entanto, descobriu que o salário era maior e que possuía vale-alimentação.

Também na Sessão, Miranda disse que o assessor foi de livre e espontânea vontade e que falou com familiares antes de ir à Delegacia.

Providências

Em sua fala na tribuna, o presidente da Casa afirmou que encaminhou o ofício ao gabinete de Ferreira e que aguarda as explicações do vereador para decidir, junto com a assessoria jurídica da Casa, sobre o andamento. “Ele vai ter o direito de se defender, como qualquer um de nós”.

Para Miranda, deve ser aberta uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e o processo deve passar pela Comissão de Ética da Câmara. “Pra mim é um famoso rachadão”, disse.

Polícia acompanha o caso

O titular da 18ª Delegacia de Polícia Regional do Interior, em Capão do Leão, delegado Sandro Bandeira, disse que foi instaurado inquérito policial e que irá ouvir todos os envolvidos no caso. “Juntaremos toda a documentação probatória para a conclusão no prazo legal”, disse, citando 30 dias.

3 comentários

  1. Meu deus que texto bem confuso, não da pra entender nada com nada, sem concisão nenhuma. Uma hora é o assessor identificado com o nome completo e noutra hora o assessor não quis se identificar?!! Ainda por cima se refere algumas vezes a um cidadão de nome Porto, mas em nenhum momento explica quem é Porto

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