Do granito à agropecuária, Capão do Leão é uma terra com muitas versões da história

Grande presença de rochas graníticas contribuiu para o povoamento da região. (Foto: Arquivo/JTR)

Com grande serra de granito em seu território, há divergências quanto às origens do município. No entanto, a pecuária de corte era a atividade econômica mais importante desde a chegada dos primeiros luso-brasileiros no fim do século XVIII até a década de 1880. Tropas de gado e os tropeiros que a conduziam ajudaram a criar os primeiros caminhos leonenses, literalmente abertos na ponta de cascos de bois, cavalos e mulas.

A maioria das estradas rurais e mesmo vias urbanas como as avenidas Narciso Silva e Três de Maio, simplesmente eram no passado “corredores de tropas” que se direcionavam as charqueadas pelotenses, para serem negociadas na Tablada, ou para engorda nos campos úmidos do Pavão.

Outros relatos dão conta de que o povoamento na Vila do Capão do Leão começou ainda no século 19, por volta de 1888, quando a necessidade de exploração em grande escala das pedreiras aumentou também a mão de obra. Com o recrutamento de dezenas de operários em Pelotas e municípios vizinhos e, como o acesso por estrada de terra batida era bem difícil, principalmente na época de chuvas, os operários começaram a construir suas moradias perto do local de trabalho, trazendo suas famílias e dando início à vila.

O povoado do Capão do Leão se estendia entre o Cerro do Padre Doutor e Pedreiras, até a estrada da Palma e se prolongava entre as divisas dos Campos de José Maria da Cunha e Luiz Nunes Baptista e Arroio São Thomé.

O nome do local, também apresenta mais de uma versão. Alguns historiadores defendem que a sua origem vem de um animal chamado Suçuarana ou Puma, que vivia nestas terras. Por ser muito semelhante ao leão africano, porém com cor mais clara, também era conhecido por leão baio, nome científico Felis concolor. Localizada na microrregião de Pelotas e mesorregião do Sudeste Rio-Grandense, encontra-se numa altitude de 21 metros e tem uma população estimada em 25.321 habitantes.

Seu território é banhado pelos arroios São Pedro e Padre Doutor, e pelo canal São Gonçalo. O município é cortado pela linha férrea que liga Rio Grande a Cacequi, e pelas BRs 116 e 293. Possui três distritos: Pavão, Hidráulica e Passo das Pedras e cinco bairros: Centro, Teodósio, Cerro do Estado, Parque Fragata e Jardim América (maior bairro do município).

Segundo o historiador Joaquim Dias, a denominação de Capão do Leão já existia desde 1809, comprovado num documento requerido ao príncipe-regente português Dom João VI, solicitando a instalação de uma capela no “lugar denominado Capão do Leão da fazenda de Pelotas”. Mas, em 1813 iniciou-se a construção da catedral São Francisco de Paula, tornando-se uma freguesia e, posteriormente, o aglomerado urbano ao seu redor, deu origem à cidade de Pelotas.

O historiador conta em seu blog, que o nome “Capão do Leão” continuou aparecendo em diversos documentos durante o século XIX, em “Registros de viajantes, documentos eclesiásticos, contratos de venda, cartas da época farroupilha, jornais, etc”. E ainda em 1893, uma lei o eleva a distrito de Pelotas, ficando “distrito de Capão do Leão”.

A base da economia leonense é a agricultura, comércio e indústrias de pequeno, médio e grande porte, e também a prestação de serviços. Como fatores estratégicos positivos estão a proximidade com a cidade de Pelotas (cidade-polo regional) e Rio Grande (super porto) e as rodovias BR 116 e BR 293, que cruzam o território municipal.

Enviar comentário

Envie um comentário!
Digite o seu nome