Os primeiros passos para conhecer o projeto de tratamento de resíduos urbanos da Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos (CRVR), na cidade de Minas do Leão, foi dado na segunda-feira (23), com visita de uma comitiva do município formada por produtores rurais, moradores da Hidráulica e Figueirinhas, representantes da Prefeitura, Conselho Ambiental, vereadores, comunidades e da Emater/RS-Ascar.
A comitiva viajou até a cidade, distante 85 quilômetros de Porto Alegre, onde estão as instalações da primeira unidade da empresa e lá foram recebidas pelo diretor-presidente Leomyr de Castro Girondi; pelo superintendente técnico, Rafael Salamoni; pelo coordenador da unidade, Henrique Bolacel e pelo supervisor técnico, Pierre Souza.
De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), municípios com menos de 50 mil habitantes têm até 2024 para cumprirem a norma e extinguir os chamados lixões a céu aberto. Nesse sentido, a possibilidade da instalação da CRVR no 4º Distrito de Capão do Leão gerou dúvidas e expectativas em grande parte dos moradores, pois trata-se de uma área com atividades agropecuárias.
O projeto está em fase de estudo pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM), e até a sua conclusão deverá passar por adaptações técnicas. Entretanto, a instalação de uma unidade da CRVR em Capão do Leão é iminente e o local, que possui uma área de 72 hectares, será cercado e adaptado para receber toda infraestrutura e tecnologia capaz de tratar os resíduos urbanos de inúmeras cidades da metade sul do estado.
A grande dúvida dos agropecuaristas é em relação à possibilidade de contaminação do lençol freático, arroios e principalmente a represa Moreira que abastece o bairro Fragata, em Pelotas. O trânsito de caminhões pesados e a conservação das estradas da zona rural também foram questionados, dentre outras pautas.
Por mais de três horas a direção da CRVR forneceu explicações e apresentou um vídeo institucional sobre o funcionamento da companhia, que tem uma parceria com a empresa SOLVI, Unidade de Valorização Sustentável. A comitiva também teve todos os seus questionamentos respondidos e esclarecidos.
A equipe de engenharia da CRVR destacou que os aterros sanitários possuem capacidade de recebimento e, em especial, estruturas internas adequadas à quantidade de resíduos. Além disso, possuem o compromisso de dispor dos resíduos durante longos períodos, além da capacidade financeira de monitorar a área por 20 anos após encerrada as atividades, sem repasse de custos ao gerador.
De acordo com o diretor-presidente, a CRVR, a Biotérmica e a Essencis, buscam a liderança na inovação das operações de resíduos e de geração de energia limpa, oferecendo tecnologias modernas nos resíduos urbanos com equipes permanentemente qualificadas, capazes de atender todas as normas ambientais nacionais relativas às necessidades do mercado. Segundo ele, a CRVR está preparada para atender as diversas demandas da metade sul do Estado.
O diálogo entre a direção da empresa juntamente com autoridades municipais, moradores e comunidade em geral terá prosseguimento nos próximos meses, até a fase de conclusão do Estudo de Viabilidade Técnica pela Fepam.