Capão do Leão: Exposição destaca 21 dias de ativismo pelo fim da violência contra mulheres e meninas

A intenção da exposição realizada na cidade de Capão do Leão é fazer com que tenhamos momentos de reflexão sobre todas as vítimas de feminicídio. (Foto: Divulgação)

O Conselho dos Direitos da Mulher de Capão do Leão (COMDIM) juntamente com a Associação Brasileira de Mulheres de Carreira Jurídica do Rio Grande do Sul (ABMCJ/RS), lançou no dia 6 de dezembro, a exposição denominada “Eu não calo minha voz… vou gritar por todas nós!”, com a finalidade de dar visibilidade aos 21 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres, que se iniciou no dia 20 de novembro e terminou no dia 10 de dezembro. A campanha anual se originou em 1991, com 23 mulheres de diferentes países, reunidas pelo Centro de Liderança Global de Mulheres, na qual lançaram a Campanha dos 16 dias de ativismo, que tem a finalidade de promover o debate e denunciar as várias formas de violência contra as mulheres no mundo.

As participantes escolheram período de significativas datas históricas, marcos de luta das mulheres, iniciando a abertura da Campanha no dia 25 de novembro – declarado pelo Primeiro Encontro Feminista da América Latina e Caribe, em 1981, como o Dia Internacional de Não Violência contra as Mulheres – e finalizando no dia 10 de dezembro – Dia Internacional dos Direitos Humanos. Algum tempo depois se incluíram mais cinco dias de luta, contando a partir de 20 de novembro, Dia da Consciência Negra. Desse modo, a campanha vincula a denúncia e a luta pela não violência contra as mulheres, contra o racismo e a defesa dos direitos humanos. Hoje, a grande maioria dos países desenvolve esta Campanha, conclamando à sociedade e seus governos a tomarem atitude frente à violação dos direitos humanos das mulheres.

A intenção da exposição realizada em Capão do Leão é fazer com que haja momentos de reflexão sobre todas as vítimas de feminicídio consumado, que infelizmente não tiveram voz e nem ajuda de quem poderia ter evitado suas mortes. Dados da Secretaria de Segurança Pública do RS apontam que até novembro deste ano, foram registrados cerca de 100 casos. Uma triste realidade. Muito sangue derramado por mulheres que foram vítimas simplesmente por serem mulheres, com famílias, mães, filhos que irão conviver por toda a vida com esta dor.

As imagens da exposição trazem um banner com a fala: “Onde há violência não existe romance, pois o amor não causa dor… eu não calo a minha voz… vou gritar por todas nós”. Os calçados manchados de sangue artificial e acorrentados, representam as 100 vítimas de feminicídio consumado até novembro de 2022 no Rio Grande do Sul dentro do símbolo da feminilidade, logo, dá-se o seguimento das correntes sendo abertas, libertadas através da voz de uma mulher representando todas as vozes e expressando algumas palavras como – Diga NÃO à humilhação, à desigualdade, à coação, à censura, ao feminicídio, e a todas as formas de violências.

De acordo com a presidente da COMDIM leonense, Clarice Duarte Noschang, a exposição foi marcante e necessária por clamor à paz, ao amor e dignidade a toda sociedade.
A presidenta da ABMCJ/RS, Neusa Ledesma, lembrou da parceira do COMDIM Capão do Leão desde sua criação. “É preciso mobilizar a sociedade para que esta não banalize ou naturalize as violências de gênero e as exposições como as realizadas no mês de dezembro de 2021 e 2022. Além disso, elas desempenham esse necessário papel e também contribuem para despertar a sensibilização das pessoas nessa importante causa de combate às violências de gênero.

A ABMCJ/RS, parabeniza pela impactante exposição e se soma ao COMDIM Capão do Leão com seu lema AMA- A Mulher em Ação, na sua atuação combativa na promoção e defesa das Mulheres e Meninas. Agradecem, também, o apoio da Prefeitura Municipal de Capão do Leão, de Jairo Costa, de Maicon Martins, de Olindo Francisco da Hora, de Rafael Diaz e pessoas anônimas.

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