Cancon15 coloca conservas de Pelotas em outro patamar, diz Crochemore

Congresso reuniu delegações de nove países. (Foto: Fly Câmera)

Ser a sede da 15ª Conferência Mundial de Frutas Processadas de Caroço (Cancon15), encerrada nesta quarta-feira (1º) após três dias de programação, contribui para colocar o complexo industrial conserveiro do pêssego, que se concentra em Pelotas, Morro Redondo e Capão do Leão, em um outro patamar. A avaliação é do empresário Paulo Crochemore, presidente do Sindicato das Indústrias de Doces e Conservas Alimentícias de Pelotas (Sindocopel).

Para ele, a Cancon15 (sigla em inglês para lata, “can”, e as iniciais de congress, “con”) superou as expectativas, o que se confirma no reconhecimento de todas as delegações que estiveram em Pelotas desde domingo – nove no total (Brasil, Chile, Argentina, Estados Unidos, Espanha, Itália, Grécia, África do Sul e China). “A gente fez bonito”, reconhece Crochemore, que enaltece a temática explorada durante a Conferência, centrada na redução do consumo de enlatados, fenômeno que a Cancon15 demonstrou não ser isolado, mas de escala global.

Empresário Paulo Crochemore, presidente do Sindicato das Indústrias de Doces e Conservas Alimentícias de Pelotas (Sindocopel) comemora os resultados do congresso. (Foto: Flu Câmera)

“Propusemos um debate atual e colhemos experiências que devemos estudar a viabilidade por aqui”, disse Paulo Crochemore. Dentre essas, o presidente do Sindocopel destaca a dos congêneres argentinos. No país vizinho, produtores e empresários criaram um fundo para investimento em ações de marketing, publicidade e campanhas educativas sobre o pêssego em calda – produto que sofre assédio da chamada indústria da alimentação saudável. Conforme Crochemore, os recursos são angariados junto a empresários e produtores sobre as toneladas de pêssego enlatadas e produzidas. Alternativa que o empresário não descarta adotar por aqui, polo nacional de produção de pêssego em calda. “Se o produtor estiver disposto a contribuir é um tema que vale colocar sobre a mesa”, admite.

Aumentar a produtividade, tanto em áreas plantadas como em volumes de latas produzidas, foi outro legado da Cancon15 à cadeia do pêssego pelotense e regional. “A troca de experiências, de conhecimento e o diálogo estabelecido nos dá ideias novas, a partir da Conferência, Pelotas se inseriu em um outro contexto de produção, estamos hoje entre os dez maiores produtores de pêssego em calda do mundo”, orgulha-se.

Próxima parada: China

Conforme Crochemore, o Sindocopel deverá eleger “três ou quatro” representantes para se fazer presente na Cancon16, a ser realizada em 2025 na China – cuja delegação, a maior desta edição, com nove integrantes, ofereceu o país para ser a próxima sede do encontro.

Será a quinta participação brasileira no evento. Além de sediar esta edição da Cancon, os empresários pelotenses marcaram presença em duas edições na Argentina e outra, na penúltima edição, em 2018, em Múrcia (Espanha). “Hoje 20% do que produzimos vai para a exportação, é muito importante estarmos atualizados sobre o nosso próprio mercado”, justifica Crochemore.

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