Quem passa pela avenida Três de Maio aos sábados e domingos se depara com uma feira de artesanato nunca vista antes em Capão do Leão. São os empreendimentos da Economia Solidária que deram vida e ânimo, formada por grupos de pessoas que produzem e comercializam seus produtos baseada na ideia de que todos que produzem são donos do empreendimento.
A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou em 2010 a Lei 13.531 que institui a política estadual de fomento à economia popular solidária no estado, abrindo procedentes para que os municípios adotem o projeto. No município, o vereador petista Glei Rodales está formatando o projeto e deverá apresentar para análise dos vereadores em 2020, após o retorno do recesso parlamentar que começará no dia 15 de dezembro.
Mas, enquanto isso, moradores locais formaram uma comissão e estão gerenciando o espaço que fica ao lado da avenida, juntamente com uma academia ao ar livre, uma quadra de esportes e uma pista de caminhada.
“Antes de se instalarem neste local os artesãos comercializavam seus trabalhos na entorno do Posto III, no bairro Jardim América, mas não havia tanta movimentação como neste novo local, devido às demais atrações. Nos finais de semana circulam cerca de 700 pessoas”, explicou Sandra Costa, uma das coordenadoras da Economia Solidária.
De acordo com Rodales, o projeto que está em fase de acabamento e será apresentado no ano que vem tem como propósito regulamentar a situação dos profissionais que expõem produtos no local. “Além do projeto, planejamos criar o Conselho da Economia Solidária. Isto significa que os participantes do grupo deverão se organizar independentemente de quem for o gestor municipal. A população precisa saber que aqui também existem pessoas que produzem artesanato, doces e salgados de excelente qualidade. É a valorização da mão de obra local”, explicou o vereador.
A Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia define Economia Solidária como um jeito diferente de produzir, vender, comprar e trocar o que é preciso para viver. Enquanto na economia convencional existe separação entre os donos do negócio e os empregados, na economia solidária os próprios trabalhadores também são donos. São eles que tomam as decisões de como tocar o negócio, dividir o trabalho e repartir os resultados.
São milhares de iniciativas econômicas no campo e na cidade, em que os trabalhadores estão organizados coletivamente: associações e grupos de produtores; cooperativas de agricultura familiar; cooperativas de coleta e reciclagem; empresas recuperadas assumidas pelos trabalhadores; redes de produção, comercialização e consumo; bancos comunitários; cooperativas de crédito; clubes de trocas, entre outros.
Infraestrutura e fiscalização no local precisam ser melhoradas
Embora a Prefeitura tenha preparado o local para prática de esportes, confraternização e lazer, moradores do entorno do empreendimento estão preocupados com a segurança, a limpeza e algazarras até a madrugada. Um morador que não quis se identificar disse à reportagem do Jornal Tradição Regional que o local é excelente para expor trabalhos dos artesãos, mas que ainda precisa de ajuste e deve ser olhado com mais atenção pelo poder público municipal e pela Brigada Militar.