Emater/RS-Ascar estima impactos na agricultura e pecuária de Canguçu

Campo nativo seco devido à estiagem registrada nos últimos meses (Foto: Divulgação/Emater)

O município de Canguçu sofreu uma diminuição na produção das culturas de verão em razão da estiagem que assolou toda Zona Sul. Os agricultores e pecuaristas que produzem soja obtiveram perdas de 60% nas produções, enquanto os produtores de milho perderam 70%. Já o feijão em torno de 50% e o tabaco, que é uma planta mais resistente, acabou perdendo 20% de seu cultivo.

Além das perdas materiais, toda plantação que restou sofreu, também, com uma significativa diminuição na qualidade, resultado que irá refletir no preço pago aos agricultores no futuro. Ainda, há prejuízos dos pecuaristas de leite e bovinos de corte que sofreram com a redução de produção devido ao mau desenvolvimento das pastagens de verão.

A fim de evitar os efeitos prejudiciais e minimizar problemas, a Emater/RS-Ascar, trabalha conscientizando os produtores, fazendo um bom manejo do solo para retardar os efeitos de futuros problemas ou estocando água para consumo humano e dos animais, bem como para a irrigação.

De acordo com o chefe do Escritório Municipal da Emater/RS-Ascar, Gerson Lübke Buss, embora esteja chovendo atualmente, o impacto na economia ainda será sentido por bastante tempo, devido ao atraso na reprodução dos animais que foi afetada, acarretando melhoras somente no final do ano.

O plantio das culturas de verão dos canguçuenses estabelecido em grãos ficou, principalmente, com a soja que possui 43 mil hectares plantados, 12,5 mil hectares para o milho, já o feijão 920 hectares, 600 hectares de arroz e o tabaco ficou com 10,05 mil.

Perspectivas para as culturas de inverno
A partir da tentativa de se reinventarem, os produtores de Canguçu precisaram criar novas perspectivas de culturas como a produção do trigo, desafio que esse ano irá abranger significativa parte da produção do município.

Em razão das perdas da última estação e da diminuição de produção atual, os canguçuenses investiram nas culturas de inverno com a produção estimada de 680 hectares de trigo, 200 hectares de cebola e 1,3 mil hectares plantados com pêssego, números que ainda poderão aumentar nos próximos meses.

Auxílio aos agricultores em relação à estiagem
Todas as ações da Emater/RS-Ascar são planejadas de forma contínua, tentando prevenir futuros problemas que os agricultores possam enfrentar nas safras seguintes. A maior parte dos programas desenvolvidos ocorre a partir de solicitações prévias dos técnicos junto à Secretaria do Estado responsável pelo andamento desses pedidos.

A partir de uma demanda mais antiga, há cinco anos, buscou-se a construção de 125 açudes e aquisição de 83 kits de irrigação que foram recebidos em 2020 pelos produtores. Ainda neste ano, a entidade protocolou o pedido de projetos no Estado referentes à construção de tanques de psicultura com previsão de chegada para daqui dois anos.

Os técnicos responsáveis realizaram laudos de estiagem e, pontualmente, auxiliaram nas vistorias do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) aos produtores que solicitaram ações de seguro de lavoura. Além disso, ocorreu a entrega de cestas básicas às comunidades quilombolas localizadas no interior do município.

Estimativas de produção para a próxima safra
Para as próximas safras, acredita-se que as reuniões em web conferências com técnicos e produtores serão mantidas, estimando que o feijão continue com a mesma área de produção, o milho que havia decaído sua produção em razão da diminuição do preço deve aumentar a plantação devido a uma certa melhora em relação a isso. Já a soja, por causa da frustração da última safra, acabará acarretando na necessidade de negociação de dívidas, tende a se manter ou aumentar um pouco os números de plantações.

Mais informações
Em razão da pandemia, ficou estabelecido que as dúvidas devem ser sanadas por telefone (53) 3252-1580 ou, caso necessário, presencialmente no escritório que atende diariamente o público das 8h às 12h e 13h30 às 17h30.

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