
A vereadora Maica Tainara Soares (PT) é nascida e criada na comunidade quilombola de Potreiro Grande, 2º Distrito do interior de Canguçu. Foi eleita na eleição de outubro do ano passado com 998 votos dos eleitores canguçuenses. Maica conversou com a reportagem do JTR e falou sobre sua motivação para enfrentar o desafio das urnas. “O que me motivou a ser candidata foi a vontade de poder fazer e ajudar mais as pessoas, na busca por igualdade e representatividade”, contou a parlamentar.
Maica ressaltou que agora, ocupando uma cadeira do Legislativo, um dos principais objetivos é trabalhar pelos canguçuenses por meio de algumas bandeiras. Entre elas estão a valorização e reconhecimento das comunidades quilombolas, luta pelos direitos das mulheres e pela Agricultura Familiar.
A vereadora apontou ainda que pretende atuar no combate a diferentes formas de racismo, discriminação e preconceito contra as minorias. Além disso, destacou outra demanda bastante forte no município, que são melhorias nas estradas do interior. Na primeira sessão ordinária do ano, ocorrida em 6 de janeiro, a vereadora foi a única a apresentar um requerimento solicitando melhorias na infraestrutura rural.
Além da representatividade negra e quilombola, Maica é a única mulher entre os atuais vereadores eleitos. Na Legislatura passada, a Câmara também contava com apenas uma mulher, a vereadora Iasmin Roloff (PT).
Quando questionada sobre tamanha representatividade, a vereadora ressaltou: “é um momento histórico na história do nosso município e no Estado do Rio Grande do Sul. Representa na história como um todo a superação de séculos de invisibilidade e exclusão, trazendo a força e a resistência dos nossos povos para o centro das decisões políticas […]. Esta conquista reflete o apoio coletivo de pessoas que acreditam na importância de ocupar espaços públicos com representatividade e compromisso, fundamental para que nossas pautas sejam ouvidas”.
A vereadora também citou que toda essa representatividade traz um compromisso muito grande. Além disso, Maica falou sobre problemas atuais que Canguçu vem enfrentando, como o período de estiagem que acaba prejudicando inúmeros agricultores em um município que vive e é a Capital da Agricultura Familiar.
Ainda sobre serviços e pautas que quer representar e trabalhar pela comunidade, Maica disse: “atuar na fiscalização e implementação das políticas públicas e através de Projetos de Leis. Precisamos falar sobre diversos temas importantíssimos relativos à representatividade de mulheres, negros e quilombolas na política e na sociedade a fim de conscientizar nossa população, trazendo conhecimento e expansão de ideias”.
Atualmente, o município possui 16 quilombos e quando questionada sobre a relação do poder público com essas comunidades, Maica salientou que há tranquilidade e diálogo entre as partes.