Uma iniciativa da professora Eliete Peixoto Westphal chamou a atenção da comunidade canguçuense nos últimos dias. A profissional que atua na rede pública municipal vem desenvolvendo práticas inclusivas em suas aulas de educação física na Escola Municipal de Ensino Fundamental Oscar Fonseca da Silva, no Alto da Cruz, 5º Distrito de Canguçu.
Eliete é formada em Educação Física na Universidade Federal do Rio Grande (FURG), e mostrou ser possível contemplar todos os alunos durante as atividades, sem distinção. A aula inclusiva foi realizada com os estudantes da turma do 8° ano da escola.
O projeto teve início no momento em que a aluna Ana Laura começou a participar da aula de Educação Física com sua turma. A menina, que utiliza uma cadeira de rodas para se locomover, havia manifestado o desejo para um professor da Educação Especial, que repassou a solicitação para Eliete. Logo na primeira aula, os colegas realizaram uma atividade em que, junto com Ana, executavam toques de bola em um pequeno círculo enquanto outros alunos jogavam vôlei, utilizando a rede.
Segundo a professora, a criança afirmou que gostaria de se juntar à atividade. Com isso, a professora pensou em formas de viabilizar a ação. “Eu pensava sempre em ser uma atividade que tivesse a rede e bola de vôlei e que os colegas jogassem junto com ela. Em casa lembrei de um jogo que havia jogado quando fiz a minha graduação, e resolvi realizar este jogo com a turma do oitavo ano. Este jogo é o vôlei adaptado”, conta.
No início da aula, Eliete conversou com todos os alunos dentro da sala de aula e reforçou que iriam realizar uma nova atividade para que a Ana Laura também participasse. “Como a turma é grande, para a realização da atividade eu precisaria da colaboração de todos, que eles me ajudassem no desenvolvimento da aula. Para a minha felicidade, todos colaboraram”, lembra.
Conforme a profissional, inicialmente, os estudantes não entenderam muito bem a proposta, mas começaram a ajudar. “Depois que chegamos na quadra e montamos o material para a aula, eles começaram a gostar. No final ouvi que a atividade havia sido muito legal e que eles tinham gostado muito de jogar com a Ana Laura. Que para eles tinha sido uma atividade diferente. E ouvir estes comentários dos meus alunos me emocionou e me deixou muito feliz”, relembra.
A integração é outro ponto-chave destacado pela professora, a partir do acolhimento proporcionado pelos estudantes. “Todos os alunos da turma são muito atenciosos com a colega. Eles ajudam e expressam o carinho que tem por ela. Ver essa convivência enche meu coração de felicidade e orgulho”, comemora a professora.
Importância da inclusão
A professora defende que o projeto é extremamente importante, pela união e oportunidade dada a todos. “Trabalhar para a participação de todos, independente da limitação de cada um, faz com que o trabalho desenvolvido se torne muito relevante e contribui para que todos os alunos acreditem no seu potencial e sejam capazes de realizarem suas metas e sonhos, seja na escola ou no meio social em que vivem”, disse.
Conforme contou, a atividade foi pensada para que todos os alunos tenham seu espaço na escola, trabalhando a inclusão e também para contribuir na formação dos alunos como cidadãos.
“Sempre deve haver o respeito, carinho e atenção com cada pessoa que convivemos. E penso que atividades como esta fazem com que os alunos aprendam a tratar a todos de forma igual, independente das suas limitações e sempre incentivar a participação de todos, criando alternativas e possibilidades para que as pessoas possam desenvolver as atividades e ações na sociedade em que vivemos”, concluiu.