Depois de dois anos de espera, Canguçu aguarda ansiosamente pelos dias em que sediará um dos mais importantes eventos da cultura gaúcha. A 73ª edição da Geração e Distribuição da Chama Crioula do Rio Grande do Sul estava prevista para ocorrer no município em 2020, mas devido à pandemia de Covid-19, as festividades foram adiadas. Entre os dias 12 e 13 de agosto, o município deve receber mais de 1,5 mil visitantes, tanto no Parque Turístico Nossa Senhora da Conceição quanto em toda a cidade, que estará rodeada de cavaleiros e simpatizantes da cultura gaúcha.
Essa é a primeira vez em que a 21ª Região Tradicionalista sediará o evento. O vereador Diego Wolter (MDB), presidente da comissão que organiza as atividades, destaca o momento único que a população poderá vivenciar, se referindo ao tempo que demora para que o rodízio existente de escolha dos municípios sedes chegue, novamente, a Canguçu. “Tudo está sendo feito por várias mãos, somos um grupo grande de trabalho, sem todos os parceiros, não chegaríamos ao êxito”, reforça.
Valorização dos canguçuenses
Para o vice-prefeito, Cledemir Gonçalves (MDB), a reta final da organização se resume em muito trabalho. “Tem sido uma loucura representar o estado, muito gratificante participar de um dos eventos mais importantes para o município”, disse. Ele lembra que tudo foi pensado há muitos anos, desde 2018, quando se teve certeza que Canguçu seria o responsável pela edição.
Gonçalves conta que o intuito da administração municipal é valorizar a cultura gaúcha e os canguçuenses, como a música tema do evento, composta pelos guris do Grupo Sem Fronteiras. “O espetáculo será protagonizado por artistas canguçuenses, mais de 90% dos participantes são daqui”, disse. A composição fala sobre o orgulho em pertencer a cultura gaúcha, faz diversas alusões a Canguçu e relembra um pouco sobre a vida de Joaquim Teixeira Nunes, que terá a história contada durante o espetáculo, no altar da Santa.
Conforme Wolter, Nunes era canguçuense, nascido próximo ao Rio Camaquã. Popularmente conhecido como Gavião, foi militar e revolucionário, figura lembrada pela cultura gaúcha até os dias de hoje por ter atuado durante a Revolução Farroupinha. “Nós não vamos festejar as guerras, mas faremos um espetáculo ao ar livre para contar sobre sua vida, nascimento e morte”, aponta.
Cronograma de atividades
No primeiro dia, 12 de agosto, as atividades começarão às 9h, no Parque Turístico Nossa Senhora da Conceição, com a abertura oficial e o espetáculo: “Liberdade nas asas do Gavião”, com a criação e direção de Rinaldo Souto. Ainda deve ocorrer o Desfile dos Cavaleiros pelo Centro da cidade e Oficinas de Dança e Pilchas para as escolas do município.
Para quem não puder estar presente, a Prefeitura Municipal irá divulgar, em suas redes sociais, lives com as atividades e imagens do evento.
No segundo dia de evento, 13 de agosto, terá a abertura oficial com fala das autoridades presentes a partir das 9h30. Após, acontece a cerimônia de distribuição da Chama Crioula para as 30 Regiões Tradicionalistas (RT) do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, além da Benção aos Cavaleiros. Além disso, novamente ocorre o desfile de cavaleiros no centro da cidade. E, na parte da tarde, o Ginásio Municipal de Esportes Conrado Ernani Bento será palco de uma mateada, por volta de 17h. O Grupo Sem Fronteiras realizará uma apresentação musical no mesmo local, por volta de 19h. A banda é autora da música tema do evento. O encerramento acontece com um show de César Oliveira e Rogério Melo, às 20h30.