Nas ações de qualquer operação de resgate, há um elemento essencial que muitas vezes passa despercebido: o motorista do Corpo de Bombeiros. Esses profissionais desempenham um papel vital nas emergências, sendo responsáveis não apenas por conduzir os veículos de emergência com rapidez e segurança, mas também por garantir que a equipe chegue ao local o mais rápido possível, muitas vezes em condições adversas e sob intensa pressão.
O Corpo de Bombeiros Civil de Arroio Grande conta com a atuação de quatro servidores municipais: José Almiro Pereira, Edevaldo Peres Carvalho, Carlos Amorim Beiró e Clayton Reis. A equipe foi formalizada, em 2020, como Serviço Civil Auxiliar de Bombeiros (Scab), vinculada à corporação do Corpo de Bombeiros Militar (CBM). Dentro da estrutura, o município conta com um caminhão histórico, um Mercedes-Benz 1113, de 1979. O veículo foi adquirido no início da década de 90, após um incêndio em um restaurante na região central da cidade, que evidenciou a necessidade de um caminhão apropriado para combate a incêndios. A mobilização de entidades como a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Lions, Associação dos Arrozeiros e a Prefeitura resultou na aquisição e adaptação do veículo, que por muitos anos deu suporte até mesmo em municípios vizinhos.
Reis, que ingressou na equipe em 2013, recorda o primeiro contato com o caminhão histórico. “Me lembro que meu colega, Carlos Beiró, que estava no serviço há mais tempo, comentou que o primeiro treinamento era dirigir o caminhão, o que realmente no início foi um desafio”.
Por ser um veículo antigo e pesado, é necessária certa agilidade para manobrar, o que adiciona um desafio extra ao trabalho. Dirigir faz parte da rotina dos quatro profissionais, e o desafio se torna ainda maior por saber que, a cada ocorrência, não se tem o conhecimento exato do que vai se enfrentar.
Em 2022, dentro das melhorias implementadas na estrutura de trabalho do Corpo de Bombeiros, a equipe conquistou um caminhão mais novo, um Mercedes-Benz 1516, de 1980, doado pelo CBM. Este veículo turbinado, com mais força e potência, melhorou significativamente os serviços prestados pela equipe.
O desafio de dirigir um veículo de emergência
Ser motorista do Corpo de Bombeiros exige uma grande resiliência emocional e comprometimento com o serviço público. Esses profissionais enfrentam diariamente situações de extrema pressão e risco, necessitando de um equilíbrio emocional para tomar decisões rápidas e eficazes.
Com 28 anos de experiência na direção, Reis afirma que nunca se imaginou dirigindo uma viatura do Corpo de Bombeiros, mas hoje considera a tarefa um grande desafio. “Dirigir um veículo de emergência, por vezes, é complicado, pois exige muito do nosso emocional, ainda mais quando envolve ocorrências de incêndio em que as pessoas correm risco ou acabam perdendo seus bens materiais. Isso exige uma maior agilidade da nossa parte, onde cada segundo é primordial”, afirma.
Dirigir para salvar vidas é um desafio que demanda concentração, calma e sensibilidade para resolver problemas, características essenciais para exercer a profissão. O papel dos motoristas do Corpo de Bombeiros é crucial para o sucesso das operações de resgate. Sem eles, a resposta às emergências seria significativamente comprometida, impactando diretamente a segurança e o bem-estar da comunidade.
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