O tema há muito tempo é discutido e combatido pelos movimentos sindicais da região, no entanto as últimas ocorrências registradas ligam o sinal de alerta das autoridades. Na segunda-feira (6), uma operação envolvendo a Polícia Federal, Ministério do Trabalho e Previdência e agentes da Vigilância da Saúde do Trabalhador constatou pelo menos dois casos de trabalhadores em condição análoga à escravidão no município de Santa Vitória do Palmar, além de trabalhadores em condição precária de alojamento.
Diante do fato, a Federação dos Trabalhadores e Assalariados Rurais (Fetar-Sul) e Sindicatos dos Trabalhadores que compõem a regional estão atentos às denúncias e ações realizadas pelos fiscais do trabalho.
Recentemente, o delegado Regional do Trabalho, Sérgio Pizarro, visitou a sede da Fetar-Sul, se colocando à disposição para receber e apurar as denúncias, como forma de alinhar o trabalho de fiscalização.
Segundo o coordenador Regional da Federação, João Cezar Larrosa, o fato ocorrido em Santa Vitória do Palmar é a constatação da importância de ter um Ministério do Trabalho forte e atuante. “Considero o fato grave, e falávamos muito nisso durante os últimos anos, a precarização das delegacias do trabalho. O discurso de retirada dos direitos trabalhistas só facilitam a ocorrência desses crimes, os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais estão atentos e atuantes frente às denúncias”, afirma Larrosa.
O presidente nacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores Assalariados Rurais (Contar), Gabriel Santos, que está cumprindo agenda no Rio Grande do Sul, destaca que nenhuma denúncia ou crime de trabalho análogo ou escravo deverá ficar impune e que situações como essa somente fortalecem as ações do movimento sindical que é quem de fato defende o trabalhador.