Nada mais simbólico do que novembro, o mês da “Consciência Negra”, para o lançamento do projeto Afro Ecosul, ocorrido hoje (9), na Associação Rural de Pelotas. A iniciativa tem o objetivo de disseminar a cultura Afro dentro do ambiente de trabalho da concessionária, além de avaliar oportunidades de melhoria para os colaboradores negros da unidade.
Organizado pelo Comitê de Diversidade da Ecosul, o projeto foi construído por muitas mãos e teve seu lançamento com a presença de representatividades negras da cidade. Durante o evento, foram apresentadas as atividades iniciais que acontecem ao longo do mês de novembro. A programação prevê palestras, exposições, rodas de conversa, apresentações de dança e distribuição de livros para o público interno. Já os usuários do Polo Rodoviário Pelotas terão a oportunidade de visitar duas exposições nos postos de Serviço de Atendimento ao Usuário (SAU) em Arroio Grande e Canguçu.
Segundo Yuri Simões, que está à frente do comitê com as colegas Liliane Ferrari e Tássia Martins da Costa, são ações afirmativas, voltadas a garantir a representatividade e valorização dos negros. “A representatividade é importante justamente por inspirar outras pessoas negras ao escolhermos compartilhar signos de valorização cultural, trazemos ao debate as raízes para que juntos possamos evoluir coletivamente”, avalia.
O primeiro passo do grupo foi ouvir o universo de colaboradores da empresa, saber como se declaram e quais as questões consideram mais latentes. A partir da análise das respostas, foram construídos caminhos para a atuação do projeto Afro Ecosul.
Integrando as ações do mês, houve a palestra da jornalista Ediane Oliveira, direcionada para os colaboradores sobre o tema “Racismo institucional e o papel do líder”. Também foram distribuídos exemplares do livro “Pequeno manual antirracista”, de Djamila Ribeiro, nas bases operacionais da concessionária. Todos os colaboradores receberam dois ingressos para assistirem ao filme “Pantera Negra 2”, em exibição até 4 de dezembro, no cinema.
Mês de reflexão e consciência
A data de 20 de novembro se refere ao Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, já que faz referência à morte de Zumbi. Ele foi líder do Quilombo dos Palmares, conhecido historicamente como símbolo de resistência negra e que foi o maior do país. A data só foi instituída oficialmente em 2011, através da lei nº 12.519, e passou a ser uma referência como um dia para reflexão da sociedade sobre temas como a diversidade e a discriminação racial.
“São temas que devem ser debatidos diariamente para que realmente possamos promover mudanças”, destaca Liliane. Ela lembra que para que isso aconteça, projetos como o Afro Ecosul são essenciais no ambiente corporativo e na comunidade. “É importante a compreensão histórica e a valorização da influência africana, que está presente nas religiões, gastronomia, política, vocabulário, educação e danças, por exemplo”, observa.
Exposições artísticas até 27 de novembro, das 6h30 às 20h30:
No SAU Canguçu (km 125 da BR-392/RS): “Museu Afro-Brasil-Sul – Ser mulher negra”.
No SAU Arroio Grande (km 607 da BR-116/RS): o artista José Darci apresenta “Diversidade conceitual”.