Turuçu: Emater entrega Laudo Circunstanciado de Perdas à Prefeitura

Além dos problemas na cultura da soja, o milho também foi afetado pelo excesso de umidade e por fenômenos climáticos ocorridos anteriormente – como o temporal de vento em março que acamou muitas áreas cultivadas com o grão. (Foto: Divulgação/Emater)

No dia 13, a Emater de Turuçu entregou ao Executivo Municipal um Laudo Circunstanciado de Perdas no setor agropecuário em virtude do excesso de chuvas e umidade na Região Sul. A entidade justificou que a produção rural do município, principalmente as culturas de verão, enfrentou intempéries climáticas em todo seu ciclo, afetando diretamente a produtividade. O laudo auxiliou no embasamento do Decreto de Situação de Emergência assinado pelo prefeito Ivan Scherdien (Progressistas) na manhã do dia 16.

O Escritório Municipal da Emater fez o levantamento buscando informações com os agricultores e realizando visitas nas localidades rurais atingidas. Também, como parte do trabalho de extensão, as técnicas orientam os produtores quanto às perdas, renegociações financeiras e acesso às políticas públicas de conjuntura. Além da constante troca de informações e articulação de ações junto ao poder público municipal.

Documento foi entregue pelo Escritório Municipal à Prefeitura no dia 13, com o intuito de subsidiar documentos como o Decreto de Situação de Emergência. (Foto: Divulgação/Emater)

A chefe do Escritório Municipal, a médica veterinária Alessandra Storch, e a engenheira agrônoma Janaína Rosa explicam que as perdas no momento atual também refletem as condições climáticas de 2023, no início da safra atual. “Em setembro de 2023, tivemos um evento de chuvas e granizo em altos volumes, que causou grandes prejuízos no meio rural. Na época, foi elaborado também um Laudo de Perdas e Decreto de Emergência”, relatou Alessandra. Ela também destaca que foram aproximadamente 480 mm em menos de 30 dias, entre o final de abril e início de maio – quando as médias históricas previstas para o município no período não passam de 150 mm.

Janaína complementa que fenômenos climáticos desta fase têm consequências até a etapa atual das lavouras. Ela pontua que as chuvas e umidade alta nos meses de setembro, outubro e novembro de 2023 fizeram com que as operações de plantio das culturas de verão (especialmente dos grãos como milho e soja) acontecesse de forma mais gradual, acabando por atrasar o processo em áreas mais úmidas. Esse atraso no plantio reflete também em uma colheita mais tardia.

Como aproximadamente 50% da área cultivada de soja no município ainda não havia sido colhida, a engenheira agrônoma ressalta: “Muitas áreas ficaram encharcadas, sem condições de entrada de maquinários para colheita, de forma que as vagens e grãos começam a umedecer, apodrecer e até brotar no pé. Além disso, as áreas em que os produtores conseguiram colher chegam com uma alta umidade nos armazéns, reduzindo drasticamente o preço pago ao produtor. Assim, prevemos uma grande quebra na safra da soja”.

Além dos problemas na cultura da soja, o milho também foi afetado pelo excesso de umidade e por fenômenos climáticos ocorridos anteriormente – como o temporal de vento em março que acamou muitas áreas cultivadas com o grão. Muitas dessas áreas de milho estão destinadas para silagem, resultando num produto de menor qualidade e quantidade. A veterinária Alessandra afirma: “Essa quebra na confecção de silagem, aliada à impossibilidade de pastejo em áreas mais úmidas dificulta a oferta de alimentos para o rebanho leiteiro, reduzindo assim a produtividade diária do leite”.

A chefe do Escritório Municipal ainda destaca que até as áreas semeadas com pasto de inverno (mais resistente ao frio) não se desenvolvem, impedindo a colocação de animais para pastejo. Esses problemas aumentam o custo da produção do leite, reduzindo sua produtividade.

“As perdas passam de 24 milhões de reais apenas no setor agropecuário. É nosso papel, além da elaboração do laudo, fazer a notificação da situação à sociedade, assim como auxiliar os agricultores na recuperação de safras e no rearranjo econômico que muitas famílias terão de fazer. E esse é o papel da Emater, estar ao lado dos produtores nos momentos mais difíceis, para juntos superarmos as adversidades” complementa Alessandra.

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