O ano de 2022 figurou como o ano da retomada das atividades presenciais e reencontros de grupos. Foi o que aconteceu com a Comunidade de Remanescentes Quilombolas da Mutuca de Turuçu que, além disso, conquistou um espaço de reuniões, articulou um grupo de mulheres e já planeja novas ações.
A comunidade é constituída por 30 famílias, que possuem o certificado de reconhecimento da Fundação Palmares, e é assessorada em todas as áreas (técnica, produtiva, econômica, ambiental e social) pela Emater-RS/Ascar de Turuçu.
Na avaliação do ano, realizada em reunião-almoço no dia 10 de novembro, na comunidade Cristo Irmão, considerou-se um bom avanço no sentido de mobilização, com aumento de participantes nas reuniões, inclusive de mulheres.
A Comunidade também recebeu um espaço junto ao posto de saúde São José, que servirá para reuniões de diretoria, armazenamento e demais atividades. Muitos membros estão na associação UNIAGRI, que ganhará uma patrulha agrícola, mas também planejam a regulamentação de uma associação própria da Comunidade quilombola.
Outro grande feito do ano foi a articulação de um grupo de mulheres, que se reúnem mensalmente. As primeiras atividades envolvem o artesanato quilombola com a confecção de tapetes de retalhos, os quais foram doados pela Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR) e pela malharia Steins, de São Lourenço do Sul. Também foi trabalhada a identificação de produtos para venda, com a confecção de etiquetas que destacam a identidade étnica, e que já estão sendo comercializados. O grupo está extremamente motivado e feliz com seus trabalhos que, foram relatados e apresentados na reunião.
A motivação também é a palavra-chave para 2023. A chefe de escritório municipal da Emater, Alessandra Storch, destaca o espírito de união do grupo e a potencialidade do trabalho em organização rural, que sempre rende frutos.