Produtores entram em fase final nas colheitas dos grãos de verão, arroz e soja

Colheita do arroz (Foto: Divulgação)

O mês de junho chega e com ele, os últimos resquícios do Outono começam a dar lugar aos primeiros sinais do inverno, com temperaturas extremas e encerramento das colheitas das culturas de verão. Arroz e soja encaminham suas colheitas para o final.

No arroz, a colheita está praticamente finalizada, voltando à atenção dos produtores à soja, que deve ter a colheita finalizada na última semana do mês de maio. Os números e produtividades estão sendo contabilizados e os preços de mercado seguem firmes.

A colheita do arroz está praticamente encerrada no estado e região. Os números ainda estão sendo contabilizados pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) e devem ser divulgados até os primeiros dias do mês de junho. Os últimos números divulgados pela autarquia informavam uma área colhida de 902.106 hectares da safra 2021/2022, o que representa 94,25% da área total semeada de 957.185 hectares. A produtividade média do estado era de 8.324 quilos por hectare.

Na Zona Sul, a região mais adiantada estavam colhidos 98,82% da área, 159.938 ha de 161.842 ha semeados. A Planície Costeira Externa tinha 98,59% (105.517 ha de 107.024 ha). A Campanha registrava 97,10% (133.024 ha de 136.993 ha); a Planície Costeira Interna 96,48% (133.589 ha de 138.460 ha); a Central 91,76% (117.644 ha de 128.212 ha); e a Fronteira Oeste 88,67% (252.394 ha de 284.654 ha).

O levantamento da Emater para a terceira semana de maio indicava a colheita do arroz na região Sul em 99,7% das lavouras, com áreas por colher em Capão do Leão e Arroio Grande. As produtividades médias obtidas chegavam à marca de nove mil quilos por hectare. A Emater também registrou áreas com produtividades acima dos dez mil quilos por hectare, mas que não será a média geral do total semeado.

Mercado
Os preços do arroz em casca na praça de Pelotas, informados pela Emater Regional na terceira semana de maio estavam passando de R$ 71 a R$ 72,12 por saco de 50 quilos. Este preço é válido para o arroz posto nas beneficiadoras de arroz de Pelotas e sem o desconto do INSS. Foram constatadas variações nos preços praticados nos municípios em razão da qualidade do arroz, rendimento de engenho e do frete.

Em Santa Vitória do Palmar, os preços pagos aos produtores eram de R$ 69,17; em Santana da Boa Vista de R$ 67; em Jaguarão, R$73; em Arroio Grande, R$72,50; em Turuçu; R$ 76 e em São Lourenço do Sul subindo para R$75, todos pelo saco com 50 quilos, arroz seco, com casca e limpo.

A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) confirmou o embarque de 30 mil toneladas de arroz em casca para o México, o que deve se tornar referência para o mercado interno e trazer preços remuneradores aos produtores. Este é o segundo embarque realizado do Brasil para os mexicanos, pois no ano passado já haviam sido exportadas 25 mil toneladas após missão na Expo Antad & Alimentaria, em Guadalajara, no fim do mês de outubro.

Segundo o presidente da entidade, Alexandre Velho, o fato já é reflexo do pacote anti-inflação de iniciativa do governo do presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador. “Seguimos firmes nos negócios para aquele mercado para trazer uma referência para o mercado interno, enxugar a oferta e trazer preços remuneradores aos produtores”, ressalta

Colheita da soja nos últimos hectares
A última semana do mês de maio deve ser decisiva para o encerramento da colheita da soja na região. De acordo com o extensionista rural da Emater Regional Sul, o engenheiro agrônomo Evair Ehlert, ao alcançar 90% da área, agora entraram as áreas que podem alavancar a produtividade de referência da região. “Com certeza já atingimos 40 sacos por hectare (2,4 mil quilos por hectare) ou mais”, ressaltou.

Se não houver chuvas, a semana deve ser de trabalho intenso das colheitadeiras nas lavouras. A última semana foi praticamente com dias sem chuvas, e as condições de solo para a trafegabilidade das máquinas e o teor de umidade dos grãos mais favorável, permitem avançar significativamente para a finalização da colheita da soja.

Até o momento, não existem relatos de perdas de soja devido à impossibilidade de colheita. Seguem os relatos dos produtores rurais de condições muito ruins de trafegabilidade nas estradas municipais de chão batido, além de danos em pontes e bueiros, ainda sem a devida manutenção, tornando os valores de fretes com um custo a mais. As produtividades de referência permanecem em 2.520 quilos por hectare ou 42 sacos de soja por hectare.

Os preços pagos aos sojicultores operam com pequenas oscilações, praticamente estável, com as cotações na terceira semana de maio tendo como referência os preços entre R$184 a R$ 196 por saco de 60 quilos. Em Jaguarão o valor é de R$ 188; em Pelotas de R$ 184, em São Lourenço do Sul e Santana da Boa Vista a R$187; em Canguçu e Piratini a R$188, em Turuçu a R$194 e Rio Grande no valor de R$196, sempre pelo saco de 60 kg.

No estado, a colheita da soja também está na reta final, com 90% das lavouras colhidas, após períodos de chuva que dificultaram o andamento dos trabalhos, conforme dados da Emater/RS-Ascar. Segundo a empresa de assistência técnica, a colheita de soja avançou na última semana, mas ainda está atrás dos 97% registrados em igual período do ano anterior e da média histórica para esta época, de 98%.

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