Salamanca do Jarau – A lenda da Teiniaguá

O colunista Paulo Souza.

Durante as comemorações da Semana Farroupilha em Pelotas, vários CTGs cantaram o Hino Tradicionalista, criado por Barbosa Lessa. Ele começa assim: – Eu agradeço à Salamanca do Jarau por me ensinar o que aprendeu do “Velho Blau. Algumas pessoas perguntaram o que é a Salamanca do Jarau? Então aí vai a explicação:

A lenda da Teiniaguá, também conhecida como Salamanca do Jarau, é uma lenda gaúcha, que conta a história de uma princesa moura que se transforma em uma bruxa e que vem de uma urna de Salamanca, na Espanha, para uma caverna no Cerro do Jarau, em Quaraí, no Rio Grande do Sul. Salamanca vem de Salamandra ou lagartixa.

Esta lenda, registrada por J. Simões Lopes Neto e publicada pela primeira vez no ano de 1913, inspirou Érico Veríssimo a escrever A Teiniaguá, parte de seu romance famoso O Tempo e o Vento.

A Teiniaguá é uma das narrativas que compõe O Continente, a primeira parte de O Tempo e o Vento, de Érico Veríssimo, publicada em 1949. É a continuação da história da família Terra-Cambará, que havia começado em “Ana Terra” e “A Fonte”. Várias das personagens desse romance apareceram em “Um Certo Capitão Rodrigo”, como Bibiana (esposa do capitão Rodrigo e neta de Ana Terra) e Bento Amaral (antigo pretendente de Bibiana e inimigo do capitão).

História
Um ícone da cultura gaúcha, a Teiniaguá, é uma princesa da região moura, transformada em lagartixa pelo Diabo Vermelho dos índios, Anhangá-Pitã. Séculos atrás, quando caiu o último reduto árabe na Espanha, veio fugida e transfigurada em uma velha, para que não fosse reconhecida e aprisionada.
Com corpo de lagartixa (ou salamandra), encontra-se no lugar de sua cabeça uma pedra preciosa cintilante, cor de rubi, que fascina os homens e os atrai, destinada a viver em uma lagoa no Cerro do Jarau.
Mas um dia o sacristão da igreja de uma aldeia próxima, vai até a lagoa e quando avista a Teiniaguá a aprisiona em uma guampa.
Daí se desenrola a história, que não publico pois é extensa, mas que termina quando o famoso Blau Nunes consegue a liberdade para o sacristão e sua princesa e da furna saíram os dois condenados, transformados em um belo casal de jovens. Casaram-se e trouxeram a descendência indígena-ibérica aos povoados do Rio Grande do Sul.

Gostaram da história da Teiniaguá? Então procurem ler as histórias contadas pelo nosso grande escritor regionalista J.Simões Lopes Neto.

Grato pela interação com as colunas que escrevo e até a próxima Tchê!

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