PTB II; Zé Quevedo

PTB II

Naquele tempo, televisão era bicho de sete cabeças, o rádio estava na moda. Domingo à noite, a vizinhança se reunia para ouvir o Grande Rodeio Coringa na Farroupilha de Porto Alegre. O mate corria solto na sala, o aparelho colocado sobre o “peitoral” da janela com volume a meio pau levava a voz dos apresentadores Darci Fagundes e Luiz Menezes por todos os recantos. O PTB, muito ladino, se chegou de mansito pelo lado de fora, baixou todo o volume e anunciou como se fosse locutor da emissora: “por falta de energia elétrica, a Farroupilha sai do ar”, e se mandou a lá cria com o rádio. Lá pelas tantas descobriram a safadeza.

Zé Quevedo

Zé Quevedo, Militão e Adão Jamanta jogavam na defesa do E. C. Guarani de Piratini, que, numa tarde ensolarada de domingo, confrontava-se com o coirmão Vila Airton, de Candiota. Eles tinham um centroavante baixinho, que era ligeiro e arisco como as traíras do Dr. Lobato (dizem). Bola vai, bola vem, e o danado incomodando mais que é sarna galega e o trio citado louco pra abrir um açougue nas canelas do dito.
De repente, ele domina a bola e fica no mano a mano com o Militão, este mira o meio para não errar, dá uma embaralhada na chapa e senta o 44. A torcida antevendo a desgraça larga aquele “hóóóó” de expectativa, mas o baixinho liso como muçum ensaboado toca a bola por um lado e escapa pelo outro, entra na área e faz o gol.
O Zé Quevedo furioso para cima do Militão: – Joga contigo é bucha, tu “véve” entregando. O Militão retrucou de pronto: – Não “vévo” não. A torcida foi ao delírio.

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