Patriota não apoia político, apoia o povo, apoia a nação

Sérgio Corrêa, jornalista e radialista.

Na última edição, com o título “nós nos abandonamos”, a coluna apresentou algumas reflexões sobre a expressão patriota. O objetivo foi mostrar o quanto o povo é desamparado pelo estado. Estado, que nada mais é, do que uma parcela do próprio povo (políticos), investida de poder político através do voto.

O título da semana passada provoca uma reflexão a respeito da relação do povo com a política, isto é, o que nós povo, estamos fazendo para fiscalizar e cobrar o trabalho que deve ser feito pelos políticos que foram eleitos por nós.

Tornou-se muito comum em todo o país pessoas sem moradia invadirem áreas de risco, sejam de deslizamentos ou de alagamentos, para construírem suas moradias.

A maioria das invasões tem o apoio e algumas o incentivo de vereadores, uma vez que, em sua grande maioria, as invasões acontecem em áreas municipais.

Sem muita demora, o local invadido, se transforma num aglomerado de casas e pessoas residindo na mesma área geográfica que chamamos de vila, que significa, “povoação de categoria inferior a uma cidade, mas superior a uma aldeia”.

Rapidamente a vila tem ligação de energia elétrica, de água, definição das ruas, linhas de ônibus, postos de saúde e até escolas. Isso demonstra que o poder público, (prefeitura, governo do estado e governo federal), anuíram, concordaram com a permanência das pessoas com suas moradias no local de risco, invadido irregularmente.

Quando acontecem os eventos climáticos (enchentes) severos, como nas últimas semanas, o Brasil perde vidas, as pessoas perdem seus bens materiais, inclusive casas, ficando desabrigadas, e milhares de cidadãos e cidadãs perdem a paz, a tranquilidade e o conforto do lar permanecendo desalojados, sem contar as crianças sem atividades escolares.

Neste cenário, de socorro e atendimento às vítimas é que se revelam os “verdadeiros patriotas” que são a população que ajuda na condição de voluntária e de doadora, os Militares do Exército, da PRF, da Brigada e dos Bombeiros que salvam vidas arriscando a própria vida, como foi o caso do brigadiano que caiu de um helicóptero junto com uma vítima, devido ao rompimento do cabo de içamento, a vítima, uma mulher, foi a óbito e o militar está hospitalizado.

Patriotas também são os civis que fazem parte da defesa civil, os empresários que fazem doações e que colocam caminhões para o transporte das doações, alguns ainda contribuem financeiramente, assim como, as pessoas que preparam alimentos, oferecem apoio psicológico, levam entretenimento e acolhimento para as crianças, em síntese, patriotas são anjos que acampam onde o povo que carece de auxílio está.

A política é constituída de categorias, onde pode-se observar o grau de proximidade com a população. Nos casos de catástrofes, enchentes, ciclones, os prefeitos, às vezes auxiliados por vereadores, são os que se envolvem diretamente no auxílio às vítimas e passam a sacolinha recolhendo donativos.

Governador, presidente da República e vice, sobrevoam as áreas afetadas e, sendo estes, os que ficam com a maior fatia dos impostos, concedem entrevistas coletivas para anunciar que irão destinar milhões para auxílio dos atingidos, mas, lembremo-nos, dinheiro do povo, para ajudar o próprio povo, isso não é favor, é obrigação e não deve ser mostrado em campanha política.

Encerrando esta edição, gostaria de convocar todos os patriotas para que depositem no PIX disponibilizado pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul, para auxílio às vítimas das enchentes no Vale do Taquari, pois nesta última semana o valor foi muito pequeno, próximo de dois milhões.
Num país onde brasileiros e brasileiras depositaram R$ 17 milhões para um ex-presidente pagar multas por não usar máscara na pandemia, dois milhões é muito pouco para quem se julga patriota.

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