Parando de fazer dietas: como transformar sua relação com a comida

A nutricionista e colunista do JTR, Bárbara Freitas, dá algumas dicas para passarmos pela estação mais fria do ano da forma mais saudável possível. (Foto: Divulgação)

É comum pensar que o caminho para a perda de peso envolve apenas a restrição alimentar e o aumento de atividade física. Porém, o que muitas vezes é negligenciado é o papel crucial que nossa relação com a comida desempe­nha nesse processo. A forma como nos alimentamos não está dissociada das emoções que sentimos, e entender isso pode ser a chave para transformações significativas e duradouras.

Muitas pessoas se encontram presas em ciclos de comer por compulsão, movidas por sentimentos de tristeza, ansiedade ou até mesmo tédio. Esse comportamento, muitas vezes, é seguido por um sentimento de culpa, vergonha e a promessa de que “amanhã será diferente”. No entanto, é justamente essa promessa de mudança constante que perpetua o problema. A procrastinação das mudanças é um dos maiores inimigos do autocontrole e do bem-estar.

Uma abordagem prática para começar a modificar essa dinâmica é com­preender a importância do momento presente. A decisão de agir agora, e não “amanhã”, pode parecer simples, mas é extremamente poderosa. Quando deixamos de adiar nossas ações, começamos a assumir o controle da nossa relação com a comida de maneira mais consciente.

Outro aspecto importante é aprender a reconhecer os gatilhos emocionais que levam ao consumo exagerado. Muitas vezes, a alimentação é utilizada como uma forma de preencher vazios emocionais ou distrair-se de situações desconfortáveis. Para quebrar esse ciclo, é fundamental desenvolver alter­nativas saudáveis de lidar com as emoções. Por exemplo, atividades que ocupem a mente, como leitura, hobbies ou até uma breve caminhada, podem ser ferramentas eficazes para desviar a atenção da comida e redirecionar a energia para algo mais construtivo.

Além disso, um exercício simples, mas impactante, é praticar a espera antes de ceder à vontade de comer por impulso. Se, ao sentir a necessidade de comer, pararmos por alguns minutos para refletir sobre o que realmente estamos sentindo – seja fome, ansiedade ou tédio – muitas vezes descobrimos que a fome não é a motivação real. Esse pequeno intervalo de tempo pode ser suficiente para que a urgência passe, permitindo uma escolha mais consciente e alinhada com os objetivos pessoais.

Por fim, é importante desfazer-se da ideia de que a “jacada” ocasional é um fracasso. Todos nós temos momentos em que saímos da linha, e isso faz parte do processo. O mais importante é não permitir que esses momentos definam nossa trajetória. Ao invés de focar na culpa, devemos concentrar nossos esforços em retomar o caminho com determinação e foco renovados. A alimentação saudável e o bem-estar não tratam a respeito de perfeição, mas sobre consistência e equilíbrio.

Em resumo, para quem busca uma mudança verdadeira e duradoura, é essencial reavaliar a relação que se tem com a comida. Ao fazer escolhas cons­cientes, lidar com as emoções de forma saudável e abandonar a procrastinação, o processo de emagrecimento se torna mais natural e sustentável. Afinal, a transformação começa no momento presente, e a escolha de fazer diferente hoje pode ser o primeiro passo para uma vida mais equilibrada e saudável. Semana que vem vamos falar sobre emagrecer comendo churrasco. Até semana que vem!

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