Prezado leitor!
A palavra alegoria, nesse contexto, é a maneira de como podemos expressar nossos pensamentos ou ideias diante de uma interpretação que precisa ser desenvolvida para a busca de compreensão. No nosso encontro anterior, falamos sobre a Alegoria da Caverna, de Platão, em que Sócrates pede para imaginar uma caverna onde tinham pessoas presas e que viam sombras projetadas na parede. Até que um dia, um dos prisioneiros consegue escapar e ver o mundo fora da caverna, percebendo que as sombras não são a coisa em si, mas a projeção de animais, coisas, pessoas e plantas. A partir deste instante, é posto o conflito de como dizer para estas pessoas, que viveram tanto tempo dentro da caverna e nunca viram o mundo lá fora, a existência de algo além do que elas vivem?
É interessante ver como o pensamento consegue viver momentos de ilusão e realidade que, muitas vezes, se confundem entre um e o outro. Isso pode acontecer pela falta de flexibilidade, proporcionar a ver as coisas por outro ângulo e dependendo da situação, de outros ângulos. Refletir no que se passa ao seu redor e em você mesmo, requer desprendimentos até de si. Essas coisas são difíceis, principalmente, quando a pessoa requer de si um alto controle de tudo, o medo toma espaços imagináveis e remete aos enganos que preenche de total solidão.
Quem não conhece o filme “Harry Potter e a Pedra Filosofal”, da escritora J.K. Rowling. O protagonista, Harry Potter, fica encantado com o Espelho de Ojesed (palavra desejo escrita ao contrário) porque vê a imagem dele refletida com a sua família que já falecera. Alvo Dumbledore, diretor da Escola de Hogwarts, explica a Harry que este espelho mostra o desejo mais íntimo, mais desesperado de nossos corações. Homens fascinados pelo Espelho de Ojesed chegaram a enlouquecer ou definhar diante dele, sem saber se o que ele mostrava era real ou possível de realizar. Para completar, Dumbledore pede para Harry não voltar ao espelho, por não fazer bem viver sonhando e se esquecer de viver.
As alegorias, tanto da Caverna e do Espelho de Ojesed, mostra os conflitos internos. Estes conflitos são diferentes, porém os dois requerem o enfrentamento da realidade, dos sofrimentos. Quando se aceita as dificuldades e resolve os problemas que a vida traz, acontece um dos melhores aprendizados da vida, a maturidade. A maturidade é o encontro contigo mesmo, em te ver e sentir feliz.
Trazendo uma das falas de Harry Potter: “são as nossas escolhas as que melhor definem o que somos, muito mais que nossas habilidades”. Até o próximo café!