Toda a semana, o jornalista se envolve com pautas que vão gerar a produção de reportagens. Tecnicamente, a pauta é a orientação que os repórteres recebem para desenvolver o assunto gerador da história que será contada, com quem deverão falar, onde e como.
A pauta nem sempre pode ser planejada na vida de um repórter. Muitas vezes, ela aparece de improviso, como por exemplo: um acidente de carro, uma chuva de granizo inesperada, a descoberta de falcatruas, a ocorrência de uma pandemia, entre tantas outras.
No jornalismo é um importante elemento da área da comunicação. Ela serve ao repórter como ponto de partida de uma reportagem. E esta deve conter instruções que orientam o jornalista na sua tarefa, especificando detalhes relativos à abordagem que deve seguir para fazer a matéria.
No passado recente havia a figura do pauteiro, mas com a exigência cada vez maior de comunicadores ecléticos, a função foi perdendo força e, nos dias de hoje, a pauta costuma ser feita pelos editores, sub-editores e o pelo próprio jornalista executor da reportagem.
Na vida de repórter rural, já produzi infinitas pautas e na prática confirmei a teoria de que é necessário estudar minimamente o tema, conversar com as pessoas sobre o assunto, com a finalidade de quando chegar ao local do evento estar instrumentalizado e ter condições de dialogar com os envolvidos.
A pauta não é rígida, o repórter tem a liberdade de modificar as abordagens e sugerir outros entrevistados e até mesmo mudar consideravelmente a natureza da reportagem.
Como norma jornalística, uma boa pauta precisa ser rica em detalhes. Deve conter o resumo do fato, qual será a abordagem (o que marca a individualidade da matéria), o posicionamento adotado, se terá (qual o horário e local), quem são as fontes (cargo ou função do entrevistado). É muito importante que o jornalista ou assessor possua um grande leque de fontes, pois são essas pessoas que possuem informações capazes de enriquecer e legitimar a reportagem.
O repórter, por sua vez, não deve exercer uma posição de inquisitor, mas alguém que saiba dialogar, conversar. Não raramente, de onde menos esperamos pode surgir uma grande pauta, muitas vezes no lugar mais inóspito e árido, com gente simples e humilde.
Nas jornadas realizadas no meio rural, que foi minha escola, estudei lições a tantas outras pautas e aprendi que o produto final da reportagem pode ter resultados inesperados e nem sempre “rende” aquilo que imaginamos. Simplesmente, porque a fonte da notícia são pessoas e estas podem atender ou não as expectativas.