O dias das crianças

A cada ano fico mais reflexivo e tocado por esta data. A comemoração do Dia das Crianças passou de celebração de lembranças dos pequenos, dos direitos das crianças, deveres dos adultos para com elas a uma campanha de marketing de uma determinada grande empresa vender a produção de seus brinquedos. O problema é que as crianças só vão entender o sentido comercial da data, depois de adultos.

É duro resistir o pedido de uma criança por um brinquedo, principalmente no Dia das Crianças. Todos nós fomos criança um dia, a maioria teve filhos naturais ou adotados, sobrinhos, afilhados… Enfim, depois do nascimento dos netos a gente, adulto, continua com o coração mole e aí que não resiste mesmo.

A história conta que, o Dia das Crianças tem datas diferentes e varia com a concepção de cada país, os quais escolhem uma determinada data e certos tipos de celebração para lembrar seus menores. De acordo com o trabalho de Rainer Gonçalves Sousa, “A origem do Dia das Crianças”, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) convencionou o dia 20 de novembro para se comemorar o dia das crianças. “A escolha desta data se deu porque nesse mesmo dia, no ano de 1959, o UNICEF oficializou a Declaração dos Direitos da Criança”.

No documento constou uma série de direitos válidos e valiosos para todas as crianças do mundo como alimentação, amor e educação. Estes direitos sim, verdadeiros presentes que deveriam ser estimulados e garantidos às crianças.

No caso brasileiro, segundo o trabalho, a tentativa de se padronizar uma data para as crianças aconteceu algumas décadas antes, quando em 1923, na cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil, sediou o 3º Congresso Sul-Americano da Criança. No ano seguinte, o Decreto nº 4867, instituiu 12 de outubro como data oficial para comemoração do Dia das Crianças.

Entretanto, a data escolhida por decreto, não se tornou uma unanimidade imediata. A data de “12 de outubro” só ganhou força quando em 1955, uma campanha de marketing elaborada por uma indústria de brinquedos chamada Estrela, lançou a chamada “Semana do Bebê Robusto”. A Campanha foi um sucesso e logo atraiu a atenção de outros empresários ligados à indústria de brinquedos.

Como competir com a força e a criatividade da indústria? A cada ano lançam brinquedos mais alienantes, destrutivos e descartáveis. Acredito na qualidade do diálogo dos pais com as crianças, explicando as situações e as dificuldades para se conquistar aquele determinado brinquedo. É importante escolher produtos pedagógicos, criativos, interativos que estimulem o raciocínio do compartilhar, da igualdade, do direito de ser criança, de brincar e de respeitar o próximo.

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