A discussão da última semana girou em torno do uso da máscara em tempos de pandemia. Quem anda pelas ruas de qualquer cidade sabe que tem sido difícil para o cidadão comum se acostumar com a ideia de que é um elemento de proteção necessário. Ouve de parcela de políticos, médicos e cientistas ser fundamental para evitar o vírus; e outro grupo de médicos, menor, com “autoridades”, que não se incomoda em bater em ponta de faca. Navegam por mares onde caem brasileiros à direita e à esquerda, mas tem um norte definido: o enfrentamento nas eleições do próximo ano.
Se os judeus foram marcados quando saíram do Egito e, depois, pelo Nazismo, para os diferenciar do que seria a raça pura, o arianismo, hoje, com menos de 20% da população vacinada, retirar a máscara significa demarcar território, isolar adversários. Num macabro jogo de interesses e fazer com que, nas ruas, se tenha pessoas que se definem como de um lado ou de outro por posições ideológicas e políticas que a maior parte da população não consegue entender e não está interessada.
Bom número de brasileiros não tem hábitos saudáveis de higiene e acesso a produtos elementares para a prevenção. Básico dos básicos: lavar adequadamente as mãos (não apenas passá-las embaixo d’água) com sabão; álcool gel, máscara e o distanciamento social. Uma questão de educação e de condições financeiras. Com quase um ano e meio de pandemia, os governos já deviam ter cadastros das famílias e articulado programas que munissem a população de informação e material necessário.
Embora seja “novidade” em nosso meio, bom número de países já utiliza a máscara, especialmente no outono e inverno, quando diversos vírus de gripes se disseminam, de maneira especial em ambientes públicos e fechados. Muitas pessoas testemunham que o uso fora de casa e recolhimento à noite, especialmente para idosos e pessoas em grupos de risco, diminuiu os problemas respiratórios, como a sinusite e outras alergias. Evitando crises, consultas e internações…
Ainda temos um longo inverno pela frente. A descoberta das possibilidades pelas redes sociais – conversas, palestras, aulas… para citar o que se pode fazer “presencialmente” – alcançou uma possibilidade que não se teve igual em nenhum momento da História. Não creio que continuar se resguardando, quando possível, e, ao sair de casa, utilizar a máscara, vá prejudicar um fim de outono e a estação mais fria andando pelas ruas apenas quando necessário e com a devida proteção.
O “baile” (para o bem ou para o mal, não importa sua posição ideológica ou candidato nas próximas eleições) continua. Olhar para países do primeiro mundo com índices maiores de vacinados e tentar “copiar” a ideia é irresponsabilidade. Somos de terceiro mundo, beirando o quarto… as dívidas sociais estão acumuladas e mostram saldo impagável, porque está sendo cobrada com vidas! O estilo da proteção pode ser seu, mas o benefício é para todos nós. A hora é de sanidade mental e responsabilidade: use máscara, a diferença entre sacrificar vidas ou alimentar a esperança!