Ministro x presidente

Ministro x presidente

Buscando entender a atual situação de conflito, estabelecida entre o Ministro da Saúde e o Presidente da República, seria possível prever um futuro próximo. Contudo, esse futuro se apresentou mais próximo do que imaginava esse colunista.

Após escrever estas linhas na noite de terça-feira (14), algumas horas me separavam da manhã de quarta-feira (15), quando o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, pediu demissão.

Saliento a você leitor(a) que, a coluna é produzida e entregue ao jornal para diagramação até quarta-feira, excepcionalmente, com anuência da editora-chefe, a entrega pode ser feita na quinta-feira.

Registro necessário porque, nesse espaço temporal entre a produção da coluna, a impressão e distribuição do jornal, o Ministro da Saúde poderá ser exonerado pelo Presidente da República. Caso isso aconteça, os tempos verbais estarão desatualizados, e as possíveis previsões aqui descritas, não serão previsões, mas sim fatos.

Ministro x Presidente I

Até quando o Ministro da Saúde permanecerá no cargo? O aumento do número de casos no país demonstra estarem corretas as previsões do ministro Luiz Henrique Mandetta, quanto ao comportamento de parte dos brasileiros, que não estão respeitando a quarentena.

Lembrando que, qualquer estatística deve levar em conta o período de manifestação dos sintomas, que é de 14 dias, e a observância dos infectados assintomáticos. Estes, não testados e não respeitando a quarentena, terão atividade profissional e social ativa, infectando outras pessoas de forma involuntária.

Pelos motivos expostos, a pesquisa da Universidade Federal de Pelotas foi elaborada em quatro etapas, com espaço de duas semanas entre cada etapa de pesquisa.

Ministro x Presidente II

A situação política propõe a seguinte leitura: a confirmar-se o aumento do número de casos com o relaxamento da quarentena, proposto pelo próprio Presidente da República, crescerá a popularidade, o poder político e a confiança no ministro Mandetta, que defende a quarentena.

Nessa queda de braço, o presidente Bolsonaro não aceitará perder poder e este é um componente político forte para a demissão do ministro.

Outro fator que fomenta a situação entre os dois, são as entrevistas coletivas, onde jornalistas perguntam mais sobre as divergências entre o presidente e o ministro, do que a evolução do combate ao coronavírus no país.

Ministro x presidente III

Em tempo, na entrevista coletiva do Ministério da Saúde na quarta-feira (15) o ministro Luiz Henrique Mandetta reverteu o pedido de demissão do secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, que permanecerá na equipe.

Perguntado se aceitaria ser Ministro da Saúde, o ex-secretário de Saúde do Rio Grande do Sul, João Gabbardo, afirmou que “quando o ministro sair, sairei junto e permanecerei ajudando se necessário for”.

Ministro x presidente IV 

Opinião desse colunista: estamos numa encruzilhada e, em qualquer caminho escolhido, vamos perder algo ou alguém.

Sob a ótica da economia, os grandes empresários já perceberam que um galpão vazio e cheio de máquinas não tem valor algum. É preciso que lá estejam pessoas, trabalhando para produzir riqueza, mesmo que dela muito pouco recebam.

Se a economia quebrar empresas, o caos estará instalado. Muitos morrerão de fome, outros pela violência, dentre tantos motivos. Talvez sim, não discordo dessa projeção!

Sob a ótica da quarentena, a ciência, a medicina e outros países afetados antes do Brasil são a referência de que a medida dá certo e salva vidas.

A quarentena causará a morte da economia! A economia causará a morte da quarentena! As duas causarão a morte de pessoas!

Em qual situação perderemos menos?

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