Há um crescente número de separações conjugais atualmente, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para cada quatro casamentos, acontece uma separação.
Será que esse aumento se deve à desvalorização do casamento?
O que observamos na prática clínica não é isso, a valorização do casamento e a importância da união estão muito presentes no cotidiano das famílias.
Mas o casamento implica na construção de uma nova identidade, eu-conjugal, essa interação será uma construção permanente entre os cônjuges. A partir do momento que decidem morar juntos, o casal passará por modificações e reorganizações a fim de se adquirir um novo modo de funcionamento.
Nesse caminho de construção, demandas importantes são vivenciadas e muitas vezes insatisfações vão aparecendo e esses sentimentos vão ganhando força em casais com pouco recurso de conversação.
Existem alguns comportamentos dentro do casamento que podem sinalizar que o relacionamento precisa de atenção. A hipnose clínica é um bom recurso terapêutico, já que tem o potencial de, durante o estado hipnótico, ampliar a capacidade cerebral de o cliente lembrar-se de episódios que lhe pareciam pouco importantes, mas que contribuíram com esse desgaste.
A separação é uma das experiências mais dolorosas que o ser humano pode passar. Trata-se de um processo complexo, que possui diferentes etapas: vivenciar um processo de separação é vivenciar uma experiência de morte em vida, pois o outro precisa morrer dentro de mim, isto é, precisa haver uma nova reconstrução do eu, agora do conjugal para o individual.
Existe uma região no cérebro denominada Córtex Cingulado Anterior, que é a região correspondente tanto à dor física quanto à dor emocional. O sofrimento da separação, portanto, dói tanto quanto uma forte dor física, podendo ser comparada, inclusive à dor de um infarto.
Nosso sistema de recompensa cerebral também sofre com a separação, pois ocorre a dor da abstinência, como na superação de um vício.
Lidar com a dor do rompimento não é uma tarefa fácil, mas torna-se necessária e terapêutica. Todo este processo de sofrimento prepara a pessoa para um novo relacionamento, compreendendo que aquele tempo não foi perdido e que muita coisa pode se tirar da experiência de um relacionamento conjugal.
A hipnose clínica pode ser pensada como uma oportunidade de olhar diferente para o funcionamento das relações, observar fraquezas e disfuncionalidades, de forma a entender e possivelmente melhorar as relações, o diálogo, a compreensão das necessidades, a fim de obter uma relação saudável e funcional.
Pode servir também, através de técnicas de PNL, a superar mais rapidamente o processo, o que é sugerido no início do processo do luto quando se percebe que pode haver um “efeito rebote”, que é quando a reconciliação ocorre não por amor, mas por dependência emocional.
*Otávio Avendano é especialista em Hipnose Clínica e pós-graduado em Neurociências e Comportamento.
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