
A crença de que você precisa comer pouco à noite vem do fato de que, quando a gente acorda, nosso corpo libera uma série de hormônios que são necessários para o dia. E daí, conforme as horas passam, outros tipos de hormônios são liberados que te preparam para o momento de dormir, no qual você vai ficar em repouso e o gasto de energia será menor. Aí você pensa… Ah, então já que os hormônios estarão mais lentos, eu preciso comer bem menos (ou não comer) pela noite, certo? ERRADO!
Ninguém aumenta de peso porque jantou arroz, feijão, carne e salada. Geralmente, outros hábitos ruins se associaram durante anos para resultar nos quilos a mais. Por isso, a ideia de não jantar ou jantar apenas um ovo ou uma torrada é falha. Ela não é verdadeira e só te leva à compulsão.
Pensa bem: o que vai acontecer com você se tomar café, almoçar e fazer um lanche de tarde – ou às vezes nem fazer, porque está sem fome – e chegar no jantar e comer só uma maçã ou não comer? Você vai ativar o modo #ataquedacapivara noturno. Isso se você conseguir dormir.
A questão de não jantar à noite é frequentemente mal compreendida. Muitas pessoas acreditam que comer à noite contribui diretamente para o ganho de peso, só que a verdade é mais complexa. O que realmente importa não é tanto o horário das refeições, mas sim a qualidade e a quantidade dos alimentos consumidos ao longo do dia. Quando se pula o jantar ou se consome uma quantidade inadequada de alimentos à noite, o corpo pode interpretar isso como um sinal de que está passando por um período de escassez. Isso pode levar a uma redução do metabolismo e a um aumento do apetite, resultando em episódios de compulsão alimentar. Além disso, a fome pode prejudicar a qualidade do sono, levando a um ciclo de cansaço e aumento de apetite no dia seguinte.
Comer à noite pode ser benéfico se for feito de maneira equilibrada. Um jantar saudável pode incluir uma combinação de proteínas magras, carboidratos complexos, fibras e gorduras saudáveis. Essas refeições ajudam a manter a saciedade, fornecem nutrientes essenciais e estabilizam os níveis de açúcar no sangue, o que pode ser particularmente importante para evitar picos de fome noturna. Além disso, comer à noite pode ajudar na recuperação muscular e no reparo celular, especialmente para aqueles que praticam exercícios físicos. Proteínas consumidas no jantar são utilizadas durante o sono para reparo muscular e síntese de proteínas, processos vitais para quem busca melhorar a composição corporal e perder gordura.
Para aqueles que têm dificuldade em controlar a fome à noite, é importante focar na regularidade das refeições ao longo do dia. Comer de forma equilibrada e em intervalos regulares pode ajudar a manter os níveis de energia estáveis e evitar a fome excessiva no final do dia. Pequenos lanches saudáveis entre as refeições principais também podem ser uma boa estratégia para controlar a fome. Outra estratégia importante é prestar atenção aos sinais de fome e saciedade do corpo. Comer devagar e conscientemente, saboreando cada mordida, pode ajudar a perceber melhor quando se está satisfeito, evitando assim o excesso de comida. Além disso, é essencial manter-se hidratado, pois muitas vezes a sede pode ser confundida com fome.
Não há necessidade de temer o jantar. O segredo para emagrecer está na consistência de hábitos alimentares saudáveis e na moderação, e não em pular refeições ou seguir dietas extremamente restritivas. Comer bem à noite pode ser parte de um estilo de vida equilibrado que favorece o emagrecimento sustentável e a saúde geral.
Portanto, a não ser que você REALMENTE não esteja com fome, eu nunca recomendo pular a janta. Coma a mesma coisa do seu almoço, um sanduíche com carne ou ovos, uma crepioca, uma sopa com carnes, mas não passe fome para emagrecer, ok? O caminho não é este. Na verdade, você precisa comer para conseguir emagrecer. Combinado?