Considerando o cenário incipiente da campanha eleitoral, neste tempo de política o eleitor deve entender o seu protagonismo no processo, atuando com maturidade, consciência e responsabilidade. O voto deve ser atribuído aos candidatos que estão comprometidos com a competente gestão e administração dos recursos públicos de todos nós a fim de surgir no decorrer do mandato dos eleitos uma situação melhor do que a atual e não meramente reproduzir a nefasta polarização política nacional.
Apesar do eleitor médio demonstrar desinteresse e buscar tão somente cumprir seus deveres democráticos com uma descompromissada participação política e partidária, nutre como expectativas desejáveis de um administrador público a idoneidade, a capacidade de gestão e a agenda propositiva. Para retificar a abalada confiança nas instituições políticas, os eleitores devem demonstrar um amadurecimento da cultura do sufrágio, com uma atitude coletiva transformacional, elegendo os agentes políticos que achar dignos, entendendo que estes influenciarão a sociedade nos próximos quatro anos, seja no Executivo tanto quanto no Legislativo municipal. As propostas de apoio e negociações do voto por algum tipo qualquer de benesse pessoal, e os que procuram o cidadão só em tempo de eleição contaminam a decisão, além de abrir espaço para oportunistas que não merecem crédito. Acaso a ideia de não participar do processo eleitoral de forma direta, livre e democrática, ou votar nulo, deve restar claro ao eleitor que mesmo que ele aja assim, haverá eleição e eleitos, e sua representação estará legitimada na mão destes que por um tempo governarão o município, decidindo as ações políticas do dia a dia, fundamentais para o ambiente favorável de desenvolvimento.
Estimulados pela esperança de uma gestão pública inovadora e mais efetiva, dados trazem a informação que as eleições municipais são as que mais o eleitor participa. Contudo, o tamanho do município influencia no envolvimento eleitoral. Tem-se que nos menores municípios é mais alta do que nos maiores, demonstrando que o comportamento eleitoral ativo é impactado pelo volume populacional e a proximidade com os candidatos. Fortalece-se assim o senso de pertencimento, com a afirmação que a política acontece nos municípios, onde atinge-se o cerne da democracia com mobilização e comparecimento. Relevante destacar que quem vai administrar a política doméstica deve considerar as circunstâncias, os impactos financeiros e materiais dos recentes eventos climáticos, desenvolvendo no plano de governo medidas responsivas para dirimir os eventuais riscos de recorrência, bem como assertivas ações de resiliência e retomada. A adoção de políticas fundamentadas em uma governança, com planejamento, estratégia e ferramentas para satisfatória entrega de bens e serviços públicos, promovem o desenvolvimento da sociedade.
Uma das eficientes formas de demonstração da insatisfação com os políticos e de controle social, é votar conscientemente em candidatos comprometidos, com conhecimento, habilidades e atitudes, que saibam identificar os problemas públicos e as demandas sociais. O voto é instrumento cidadão para a construção de uma sociedade melhor, participativa e mais justa, solidificando o interesse público, o bem comum.
Eduardo Gil da Silva Carreira
Advogado OAB/RS 66.391
Membro Voluntário da Rede Governança Brasil – RG
Pós-Graduando em Governança Pública – EBRADI