Governança Pública: eleições e perspectivas

Eduardo Gil da Silva Carreira, advogado, membro voluntário da Rede Governança Brasil - RGB e pós-graduando em Governança Pública - EBRADI. (Foto: Divulgação)

Considerando o cenário incipiente da campanha eleitoral, neste tempo de política o eleitor deve entender o seu protagonismo no processo, atuando com maturidade, consciência e responsabilidade. O voto deve ser atribuído aos candidatos que estão comprometidos com a competente gestão e administração dos recursos públicos de todos nós a fim de surgir no decorrer do mandato dos eleitos uma situação melhor do que a atual e não meramente reproduzir a nefasta polarização política nacional.

Apesar do eleitor médio demonstrar desinteresse e buscar tão somente cumprir seus deveres democráticos com uma descompro­missada participação política e partidária, nutre como expectativas desejáveis de um administrador público a idoneidade, a capacidade de gestão e a agenda propositiva. Para retificar a abalada confian­ça nas instituições políticas, os eleitores devem demonstrar um amadurecimento da cultura do sufrágio, com uma atitude coletiva transformacional, elegendo os agentes políticos que achar dignos, entendendo que estes influenciarão a sociedade nos próximos quatro anos, seja no Executivo tanto quanto no Legislativo municipal. As propostas de apoio e negociações do voto por algum tipo qualquer de benesse pessoal, e os que procuram o cidadão só em tempo de eleição contaminam a decisão, além de abrir espaço para oportunistas que não merecem crédito. Acaso a ideia de não participar do processo eleitoral de forma direta, livre e democrática, ou votar nulo, deve restar claro ao eleitor que mesmo que ele aja assim, haverá eleição e eleitos, e sua representação estará legitimada na mão destes que por um tempo governarão o município, decidindo as ações políticas do dia a dia, fundamentais para o ambiente favorável de desenvolvimento.

Estimulados pela esperança de uma gestão pública inovadora e mais efetiva, dados trazem a informação que as eleições municipais são as que mais o eleitor participa. Contudo, o tamanho do municí­pio influencia no envolvimento eleitoral. Tem-se que nos menores municípios é mais alta do que nos maiores, demonstrando que o comportamento eleitoral ativo é impactado pelo volume populacional e a proximidade com os candidatos. Fortalece-se assim o senso de pertencimento, com a afirmação que a política acontece nos municí­pios, onde atinge-se o cerne da democracia com mobilização e com­parecimento. Relevante destacar que quem vai administrar a política doméstica deve considerar as circunstâncias, os impactos financeiros e materiais dos recentes eventos climáticos, desenvolvendo no plano de governo medidas responsivas para dirimir os eventuais riscos de recorrência, bem como assertivas ações de resiliência e retomada. A adoção de políticas fundamentadas em uma governança, com planejamento, estratégia e ferramentas para satisfatória entrega de bens e serviços públicos, promovem o desenvolvimento da sociedade.

Uma das eficientes formas de demonstração da insatisfação com os políticos e de controle social, é votar conscientemente em can­didatos comprometidos, com conhecimento, habilidades e atitudes, que saibam identificar os problemas públicos e as demandas sociais. O voto é instrumento cidadão para a construção de uma sociedade melhor, participativa e mais justa, solidificando o interesse público, o bem comum.

Eduardo Gil da Silva Carreira

Advogado OAB/RS 66.391

Membro Voluntário da Rede Governança Brasil – RG

Pós-Graduando em Governança Pública – EBRADI

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