Educação: ruim com a escola, pior sem ela…

Há um princípio básico em educação: a escola é o lugar onde a criança deve se sentir acolhida e respeitada. Ali há três públicos que atuam diretamente: o aluno, motivo do processo; o professor, mediador do conhecimento; e o pessoal administrativo, encarregado do ambiente adequado para o aprendizado e a convivência. Há outros públicos envolvidos, especialmente os pais e responsáveis, assim como a sociedade que deve olhar para a escola como o lugar onde se forma e desenvolve a cidadania.

Com tantas notícias negativas a respeito das escolas públicas é bom que se registre: a violência nestes espaços é a exceção, não a regra. Quando se apresenta adolescentes ou grupos violentos, tendo como resultado a depredação e, muitas vezes, pessoas (especialmente professores) feridas, está se recortando uma parte da realidade. Na grande maioria, embora o ensino seja, hoje, em alguns casos, precário, sabe que se é ruim com a escola, fica pior sem ela…

Os meios de comunicação mostram que há escolas públicas onde professores ampliam as fronteiras do estritamente curricular e se transformam em educadores. Foram em busca de alternativas para que o aluno se envolva com o que gosta: esportes, música, artes… tornam o ambiente não mais um motivo de “castigo” em que precisa ficar recluso durante um turno, mas onde encontra parcerias. Vimos, recentemente, as que valorizam o tradicionalismo, ambiente de pesquisa prática e, quem diria, até o funk!

A escola em dois turnos é o ideal. Uma criança ou jovem que passa o dia envolvido com coisas positivas: aulas, reforço, práticas esportivas, artes, convívio com amigos terá seu caráter fortalecido e condições de se negar ao mundo do crime, por exemplo. Sonho, ainda, com o dia em que uma criança na rua seja uma exceção tão marcante que mereça o pronto atendimento das autoridades e da sociedade.

Embora os discursos políticos de que a educação é prioridade, na prática, isto não se concretiza. É até cansativo falar das estruturas precárias e defasadas, salários atrasados e aviltados, conteúdos ultrapassados e descontextualizados. Nas últimas décadas este processo formou gerações que precisam ser recuperadas. Se temos problemas com os filhos, imaginem com os pais, os pais dos pais… e assim por diante.

Educação é olhar para o horizonte sem soltar a mão de quem ainda precisa. Existe um caminho a ser percorrido. Com acertos e erros, lágrimas e sorrisos, sonhos e decepções… há um dia em que um garoto tímido abana em despedida, quando já há outros passos a serem dados. Reconhece que o professor fez a sua parte, representando a sociedade. Homens e mulheres buscando um lugar que lhes pertence por direito, pessoas que viram na educação a chance de remissão da sua condição social.

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