Direitos

Sérgio Corrêa, jornalista e radialista.

Também chamada de “Carta Magna”, a Constituição, além da imagem de “livro da lei”, se constitui como o maior símbolo de garantias e direitos do povo brasileiro. Ela foi escrita por uma Assembleia Nacional Constituinte, composta por 513 deputados constituintes eleitos pelo povo.

Nela estão impressos e expressos direitos e deveres de cada brasileiro(a). Muitas instituições brasileiras, na admissão de seus membros, exigem deles o juramento de respeito à Constituição, uma vez que representa a garantia da liberdade e dos direitos individuais e, sobretudo, da democracia.

Depois de entender a importância da Constituição, o que ela representa e suas garantias, talvez se torne mais fácil compreender o motivo pelo qual Marcelo Fernandes Lima, o homem que furtou a réplica da Constituição de 1988 durante a invasão e destruição do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF) em 8 de janeiro de 2023, foi condenado a 17 anos de prisão.

Ele foi denunciado pelos crimes de associação criminosa armada, dano qualificado, deterioração do patrimônio tombado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado.

A pauta é pedágio: passado, presente e futuro

Nesta semana, deslizando a tela do celular no aplicativo Instagram, me deparei com um vídeo de Marciano Perondi (PL), candidato a prefeito de Pelotas na última eleição em frente a uma praça de pedágio no Polo Rodoviário de Pelotas. Ele tinha uma picanha na mão, fazendo a correta e devida crítica aos valores do pedágio e à implementação de duas novas praças entre Camaquã e Porto Alegre.

Perondi, com a picanha na mão e em frete ao pedágio, parecia a personificação da sátira do personagem “Porondi”, criado por Ivan Duarte (PT) durante a campanha. Além disso, me fez lembrar de Anselmo Rodrigues (PL), então candidato a prefeito na campanha de 1988, quando levou para a TV, no horário eleitoral, um osso e um litro de gasolina e discursou sobre as necessidades da população. Ao final do programa, um menino dizia: “conto contigo, tio!”. E deu certo, Anselmo se elegeu prefeito de Pelotas.

Nas mesmas olhadelas no Instagram, me deparo com outro vídeo que tratava do pedágio. Desta vez, o deputado Daniel Trzeciak (PSDB), apoiador de Perondi, fazendo críticas semelhantes às de Perondi e tratando o governo federal como “governo do amor”.

Confesso que não entendi qual é o amor – se é do PT, que garantiu apoio o e os votos necessários para a reeleição de seu colega de PSDB, Eduardo Leite, contra Onyx Lorenzoni (PL), em 2022, ou se é o amor do Executivo pelotense, também do PSDB, que apoiou Fernando Marroni (PT) na última eleição, em 2024. Contudo, nas duas situações a chama do amor parece estar viva!

O que a população da Zona Sul precisa saber (ou relembrar) é que o discurso na rede social é enviesado por algum interesse. O que Marciano Perondi e Daniel Trzeciak precisam saber, relembrar e contar para a população é que os pedágios nas rodovias federais da Zona Sul foram implementados pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, partido do deputado Daniel, com a anuência do governador Antônio Brito, do MDB.

Faz-se necessário lembrar também que o governador Eduardo Leite, do PSDB, implementou diversas praças de pedágios nas rodovias estaduais do Rio Grande do Sul.

No mais, Lula virá a Rio Grande na semana de aniversário do município e a Zona Sul e seus representantes têm obrigação de estar em Rio Grande para demonstrar nossa insatisfação com os pedágios!

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