Vivemos tempos em que o diálogo deveria persistir e ser ferramenta indispensável nas relações humanas, tanto no isolamento social quanto nas conversações entre indivíduos, grupos e instituições. Quando falta diálogo, o resultado é a incompreensão e violência nas relações humanitárias. A pandemia trouxe à tona fragilidades escondidas do ser humano e escancarou de vez impaciência entre pessoas da mesma família e a falta de tolerância afetou antigas amizades.
O diálogo pode ser considerado um caminho seguro para o entendimento entre as pessoas e a descoberta de novas realidades. Caracterizado pela conversa entre dois ou mais indivíduos, onde o consenso prevalece, a conversação estabelecida é processo propulsor de troca de ideias e alternativas para resolução dos problemas. A criação do diálogo veio do teatro em substituição ao monólogo, a compreensão dos fatos históricos pelo colóquio, no sentido de informar as pessoas sobre o presente é também uma estratégia de comunicação poderosa.
Intolerância pode ser entendida como uma atitude mental caracterizada pela falta de habilidade ou vontade em reconhecer e respeitar as diferenças em certas crenças e opiniões. No sentido político e social representa a ausência de disposição para aceitar pessoas e pontos de vista diferentes. A intolerância está constantemente ligada ao preconceito e leva quase sempre a discriminação. Assim a gente observa atos de racismo, sexismo, homofobia e outras formas de manifestação afetadas pelo momento ou trazidas do passado.
No que se refere à comunhão fática, esta forma de discurso entendida como diálogo, preenche uma função social e esse deve ser o principal objetivo. Recordando os conceitos de Benveniste (2006), “a conversa, por exemplo, é um gênero bastante desprestigiado nas teorias discursivas, isso porque conota temas aleatórios, desnecessários e que, por isso, não produzem resultados concretos”.
Concluo afirmando que, o tipo de proposta baseada no diálogo e na conversa não é nenhuma perda de tempo, ao contrário, só existem ganhos e maiores chances das relações e das políticas darem certo, além de produzir resultados satisfatórios para todos.