Nos últimos meses, uma realidade assolou a humanidade: um novo vírus transformou a rotina ao redor do mundo ao se disseminar rapidamente por todos os continentes. Esse vírus é o novo coronavírus, ou mais popularmente conhecido como Covid-19. Sua particularidade é de infectar apenas os seres humanos, causando sintomatologia respiratória que evolui rapidamente a uma insuficiência pulmonar, além de febre e tosse. Já é sabido também que pessoas com comorbidades como doenças pulmonares, diabetes e imunossuprimidos são mais suscetíveis à doença causada pelo vírus. Porém, qual a relação da doença com os pets, principalmente, os cães?
Os cães podem ser infectados pelo seu subtipo específico do coronavírus, causando principalmente sinais clínicos no sistema digestivo (CCoV), apresentando principalmente diarreia. Esse microrganismo é um dos alvos de vacinação ao se imunizar pets quando filhotes, principalmente pelas vacinas V8 e V10, além de outros patógenos que podem ser fatais quando contraídos no início da vida do animal. No entanto, essa vacinação é específica para caninos, não devendo ser de qualquer maneira aplicada em seres humanos, pois além de haver o risco de reações adversas pela aplicação, o tipo de coronavírus ao qual o organismo é imunizado é diferente do Covid-19.
Até o momento, não há relatos definitivos de que o Covid-19 pode infectar cães e causar a mesma doença que em seres humanos. Portanto, humanos não podem contaminar cães e vice e versa. Porém, o vírus tem um peso molecular e pode sobreviver em superfícies por algumas horas. Isso inclui o pelo e a região de focinho dos cães. Pessoas infectadas podem contaminar o corpo do cão, que por sua vez servirá como hospedeiro intermediário do vírus, levando risco às pessoas que não estejam com a doença. Além disso, não há vacinação para humanos contra o novo coronavírus e não há um tratamento específico contra o microrganismo, o que denota a importância de evitar a infecção das pessoas independente da forma que se dê.
A população deve enfrentar a pandemia da forma mais segura possível. Isso inclui se informando e se atualizando em relação aos riscos de infecção e desenvolvimento da doença. Pela necessidade do isolamento social, os pets são, mais do que nunca, um refúgio emocional nesse momento difícil. Não há a menor necessidade de se desfazer dos animais de casa, pois estes não levam nenhum risco à saúde humana em relação ao Covid-19. Manter a higienização e controlar o acesso dos animais a pessoas é fundamental, pois assim é extremamente improvável que sirvam de carreador do vírus a outros humanos.
Dica veterinária da semana: Manter a vacinação em dia é fundamental, pois se em seres humanos a coronavirose tem se mostrado grave, em animais não imunizados a doença também tem a mesma gravidade, mesmo que na sua maioria das vezes os sinais clínicos sejam entéricos. Além disso, manter a higiene do animal é uma ótima forma de evitar a contaminação. Banhos em intervalos de 15 dias e restrição de acesso de pessoas que não sejam de casa aos pets minimizam os riscos.