“No ano de 1913, meu pai resolveu se mudar para o Brasil e assim ainda no mês de setembro deste mesmo ano, no Pôrto de Bremen (Áustria) a bordo do navio à Vapor Sierra Córdoba da Companhia Norddeutschen Loyd, iniciamos a nossa viagem.”
Ernst Koschier
Setembro de 2023 marca os 110 anos da Chegada da Família Koschier ao Brasil. Desembarcaram na localidade de Ilha das Flores no Rio de Janeiro, Urban Koschier, pai de Ernst Koschier, Ferdinand, Brunhilde, Antônia Erhardt irmãos de Ernst Koschier, e sua madrasta, todos moradores de Erkenschwick na cidade de Recklinghausen, Áustria. Depois de desembarcar no Rio de Janeiro, passou pelo Paraná até chegar ao sul do Rio Grande do Sul. Ernest Koschier, meu bisavô, teve 13 filhos os quais são Bruno Koschier, Silvio Koschier, Elizabeth ou Hilda Koschier, Humberto Koschier, Brunhilde Koschier, Joanna Koschier, Wanda Koschier, Victor Koschier, Erhardt Koschier, Maria Koschier, Antônia Koschier, Raimundo Koschier, Ernesto Augusto Koschier.
Espalhados nos municípios de Pelotas, Canguçu e Morro Redondo a família Koschier perpetuou-se e chegamos até os dias de agora. O Poeta Martim Cesar Gonçalves de Jaguarão escreveu em uma de suas belas letras: “…Mas é Pequeno o Meu Tempo e é Tão Imenso esse Mar…” Certamente resumindo o pensamento de Ernst Koschier, bem como de tantos outros imigrantes que olhando as águas oceânicas, tinha este intento de um dia poder voltar as suas terras natais…
Ernst, não venceu a retornar a ver sua pátria-mãe com seus olhos físicos, mas seu legado permanece em cada um de seus descendentes, cada vez que o sol da manhã acorda os nossos sonhos e os braços se voltam ao trabalho para futricarmos cada um ao seu modo. De certa forma, como o exemplo que ele nos deixou.
Outro Poeta Gigante, Apparicio Silva Rillo Escreveu: “…Vertente, Caminho e Foz/Sou e que Sigo em Meu Filho/No Sangue de Meus Avós…”. Assim, em julho deste ano, por ocasião dos atos fúnebres de Hugo Koschier, neto de Ernst, e guardião de sua memória, se vivo estivesse estaríamos obviamente refletindo sobre esta data. Ele foi responsável por organizar e manter viva a maior parte do acervo material que Ernst Koschier deixou para os seus remanescentes.
Eu pude conhecer a Comunidade Evangélica Luterana Independente Laquentinie, na Colônia Santa Izabel, comunidade essa onde Ernst trabalhou como professor e pastor evangélico. As sensações, os sentimentos, as emoções e reflexões de pisar a mesma terra, respirar o mesmo ar, visualizar a mesma geografia que meu bisavô pode vivenciar, estas relatarei em outro artigo, dado a grandeza e extensão das mesmas…
Fato que ascendeu novamente a doce lembrança da memória afetiva regada as inúmeras histórias que foram trazidas aos seus sucessores da épica trajetória, deste que está retratado na sede social da comunidade acima citada, como a nos lembrar de seu trabalho e legado!
Há dez anos, meu pai, Vitorin Koschier Redu, eu e meu padrinho Edmar Wacholz, neto de Ernst, colocamos com a anuência de toda a família, uma placa comemorativa à data do Primeiro Centenário transcorrido da chegada da família Koschier no Brasil.
Fomos de moto, naquela saudosa tarde de novembro até o Cemitério da Comunidade São Marcos em Morro Redondo, onde Ernst Koschier está sepultado. Parece que foi ontem, mas de fato o tempo passa muito rápido, e por isso nossas boas memórias devem ser muito bem preservadas e relembradas, para que nosso coração possa revisitá-las, quando sopra os ventos da saudade… Amparados pela Fé, que sempre foi muito evidenciada por Ernst Koschier, hoje seus remanescentes, cada um a seu modo, amenizam esta saudade e saúda os seus exemplos de Sucesso, Ânimo, Coragem, Perseverança, Luta e Fé.