Iniciar a coluna Agroenergia nesse caderno do Jornal Tradição Regional é um grande desafio.
Em particular por escrever sobre o principal pilar econômico da Região Sul, do Estado e, por que não, do Brasil.
O agronegócio é um astro em quebra de recordes e números, ano após ano.
Ao longo das últimas duas décadas, o PIB do Agro saltou mais de 800% em valores correntes, segundo o IBGE. Não obstante, a produtividade triplicou, passando os 318 milhões de toneladas, com praticamente a mesma área plantada.
Isso foi possível, não obstante a excelência e competência do produtor brasileiro, ao avanço tecnológico que invadiu a lavoura, que por sua vez, veio carregada com uma forte ampliação no consumo de energia elétrica.
Hoje, não há como se pensar o agro sem energia elétrica. Seja na irrigação, nas operações de pós colheita, na indústria rural, nos confinamentos e granjas, a energia elétrica está presente.
O consumo de energia elétrica no agronegócio, de 2000 pra 2022, aumentou 1.200% no Brasil, um salto expressivo que possibilitou o crescimento dessa produtividade.
Todavia, e acompanhando o crescimento do consumo, o custo da energia elétrica teve uma rampa considerável.
Na última década, a tarifa de energia elétrica da distribuidora CEEE, aumentou em praticamente 300%.
Se o custo com energia elétrica era menos impactante até o início dos anos 2000, hoje se tornou um item da Curva A de custos, em especial na irrigação e operações de pós colheita.
A boa notícia é que, da mesma forma que vieram as novas tecnologias de produção, as oportunidades de otimização do custo energético também surgiram. E muitas, em especial nos últimos anos!
O mercado de energia elétrica vem se modulando para trazer cada vez mais opções de autogestão ao seu usuário.
Seja possibilitando a geração própria, solução adotada de forma massiva nos últimos anos, seja possibilitando ao usuário escolher novos fornecedores, caso do Mercado Livre de Energia.
O Mercado Livre de Energia, como nunca se apresenta numa oportunidade espetacular de otimização de custo ao agronegócio, com economias que superam os 30%, a zero investimento.
Não apenas economia no custo energético, mas também na melhoria operacional.
O Mercado Livre de Energia traz uma solução fundamental para o agro. O preço de energia no Mercado Livre, além de não sofrer alteração por bandeiras tarifárias, não sofre alteração no conhecido Horário de Ponta.
Sim, o fatídico horário de ponta, que tanto interfere na produção, seja pelo desligamento dos sistemas de irrigação, ou redução de operação nas unidades de pós colheita.
As soluções estão na mesa, a disposição para o agronegócio.
Como nunca a energia elétrica fora tão importante na produção rural, e agora com tantas possibilidades de operação, tanto pra redução de custo quanto pra ampliação de receita.
Costumo dizer que, se no passado o profissional da contabilidade era um fator de sucesso no agro, hoje o profissional gestor de energia cumpre igual papel.
E será a energia elétrica, na atual transformação energética que estamos vivendo, que auxiliará o agronegócio a ser cada vez maior no Brasil.
Fabrício Iribarrem
Engenheiro, Advogado
Sócio diretor da GEBRAS