1ª Parte: Danças Rio-grandenses

Começaremos hoje uma série de publicações para mostrar algumas danças que são pouco ou nada conhecidas do nosso público tradicionalista, tais como: Dança do Siriri, Chico-do-porrete, Chotes do dedinho e a Marca do espelho, entre outras que procuraremos comentar e fazer pequenas observações a fim de que, se for de interesse de algum grupo, executem essas danças para que as apresentações não caiam na mesmice, ou seja, apresentarem sempre as mesmas danças.

E o posteiro anuncia: “É a ‘Dança do Siriri’, abre a gaita seu gaiteiro”
E assim começa a dança: durante a introdução musical, os dançarinos vão tirando suas prendas e formando uma roda, de mãos dadas, alternadamente, uma prenda e um peão. No centro da roda, vamos encontrar uma pessoa com um bastão na mão, tendo seus olhos vendados por um lenço. Ao toque do gaiteiro a roda gira, ora a favor dos ponteiros do relógio, ora em sentido contrário, em passo-de-marcha, seguindo o comando do mestre-sala ou posteiro: “Não para a roda; para o outro lado”.
No centro da roda continua o Siriri, de olhos vendados e com o seu bastão procura tocar em algum dançarino da roda. Quando isto acontece, a roda para e o mestre-sala pergunta ao Siriri como é o nome daquele em quem ele tocou. O Siriri responde: – É o fulano. Todos se manifestam e a dança prossegue alegremente até que o Siriri identifique pelo nome um dos dançarinos que aí então passará a ser o Siriri. A dança do Siriri tem letra e música, sendo pesquisada por Paixão Côrtes.

Chico-do-Porrete
Junto com as danças da chula e facões, o “Chico-do-Porrete” constitui-se em uma dança de motivos coreográficos crioulos em que só participam homens. É uma espécie de dança em desafio que exige muita resistência física e destreza. A característica principal dessa coreografia está no movimento que o peão realiza com um bastão, que deve ser de madeira leve, geralmente é aproveitado um cabo de vassoura ou uma vara de chula. Coreograficamente essa dança apresenta duas partes: uma em que o dançarino, tomando uma das extremidades do bastão, procura passá-lo por entre uma perna e outra com o auxílio das mãos, sendo que o porrete tem a outra extremidade apoiada no solo; o cruzar do porrete entre as pernas requer do dançarino flexibilidade rítmica das mesmas, acompanhando o tempo forte da música e de forma harmônica.
Inicia a dança com o peão segurando o porrete com a mão direita e fazendo marcações no chão, no tempo forte da música, após a introdução musical. No final das marcações o dançarino inicia o cruzar do porrete entre uma perna e outra com o auxílio das mãos numa sequência cadenciada e ágil. Numa segunda figura, o porrete é solto no solo e o dançarino realiza sapateios, cruzando por cima do mesmo, sendo que o dançante pode improvisar passos tipo a dança da chula.
Nos dias atuais, no meio artístico de apresentações de grupos de danças tradicionalistas, o “Chico-do-Porrete” pode ser apresentado como dança de conjunto, com as figuras previamente ensaiadas.
Por sinal, aproveitamos o espaço para elogiar o CTG Raízes do Sul que tem em seu repertório de danças em belíssima execução. O “Chico-do-porrete” tem música própria e foi pesquisado e adaptado por Paixão Côrtes.
Bem, amigos, agradeço novamente por deixarem levar até vocês um pouco do que aprendi sobre as tradições do nosso povo. Até o próximo artigo, se Deus quiser.

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