
Com um investimento de quase R$ 20 milhões, os parceiros do “Hub de Inovação em Saúde e Biotecnologia” apresentaram, na terça-feira (10) o projeto que deve transformar a inovação em saúde em Pelotas e região, com iniciativa coordenada pelo Pelotas Parque Tecnológico (PPT) e que teve aprovação na primeira fase de edital da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). O investimento total é de R$ 19.788.171,51 e além da verba solicitada à financiadora, no valor de R$ 14.901.632,70, terá contrapartidas das empresas que integram o projeto.
O hub é um ambiente, com espaço físico, em que as empresas jovens e startups, colocam em prática suas ideias inovadoras. E isso foi apresentado pelos parceiros – PPT, Lifemed, Secretaria de Desenvolvimento, Turismo e Inovação (Sdeti) de Pelotas, Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e Fundação Delfim Mendes Silveira. O ambiente, sob a responsabilidade da dDM+ Ateliê de Arquitetura, será construído junto à Lifemed Pelotas, no Distrito Industrial, e tem uma próxima fase prevista para o mês de junho, com a apresentação oral do projeto à Finep.
Com uma estrutura de quatro andares, o projeto arquitetônico tem como base o funcionamento de outros espaços de inovação e laboratórios universitários. O local terá ambientes para startups, empresas de médio porte, um espaço da Lifemed e laboratórios de biotecnologia, que seguem licitações e qualificações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Conforme o titular da Sdeti, Gilmar Bazanella, trata-se de uma extensão do Pelotas Parque voltada à pesquisa e empreendedorismo na área da saúde e biotecnologia. Segundo ele, o projeto está focado nestas duas áreas e vai gerar a interface entre a academia e a indústria, uma descentralização do parque que, na visão dele, precisa ser trabalhada com mais intensidade. “É a democratização do conhecimento na área da inovação, que tem a ver com mudanças de procedimentos, melhorias de processos, novas ferramentas que possam auxiliar o cidadão no dia a dia”, ressalta.
Bazanella aposta na inovação como ferramenta a ser trabalhada com soluções a fim de levar bem-estar para as pessoas e, consequentemente, resultados econômicos. Ele destaca ainda o olhar mais específico para jovens e adolescentes que estão no ensino médio, sendo uma fonte importante de conhecimento e de talentos, pois os parques tecnológicos nasceram dentro de espaços universitários. “A maior evolução industrial brasileira se deu a partir da mão de obra preparada em escolas técnicas”, observou.

Segundo o diretor técnico-científico do PPT, Edgar Mattarredona, com a apresentação deste projeto, o Parque cumpre a sua missão, que é trabalhar em favor do desenvolvimento local e regional. “Dentro das estratégias de expansão do Parque, estudos e análises nos mostraram para onde expandir e a partir da aproximação com a Lifemed, APL Saúde, universidades, identificou-se a força da área da saúde e biotecnologia na região”, disse. O objetivo é integrar e conectar o que já está bem estruturado e presente no Parque Tecnológico.
Mattarredona lembra que, após 13 anos sem fomento à implantação e expansão de parques tecnológicos, o edital da financiadora foi lançado em 20 de dezembro do ano passado. A proposta foi apresentada em março deste ano e habilitada à segunda etapa, que é a apresentação e defesa oral.
“O diferencial da proposta é a sua execução dentro de uma indústria junto com uma universidade pública e o Parque Tecnológico liderando o processo, uma junção de capacidades e competências que irá fazer a diferença”, aposta.
O diretor Industrial da Lifemed, Luís Linhares, aponta que a participação na iniciativa retrata como a empresa enxerga o seu desenvolvimento futuro, de novas tecnologias e em linha com a exigência e velocidade do mercado. “A região é extremamente propícia na formação de mão de obra, mas tem dificuldade de criar oportunidades para que esse conhecimento seja aportado na própria região”, destaca.
Segundo ele, com o projeto será criado um ecossistema propício para que estes recursos sejam aproveitados, fomentando o empreendedorismo. Ele afirma que entre os aportes que a empresa pode trazer para a iniciativa estão o conhecimento de mercado e o uso aplicado deste conhecimento.
Coordenado pelo Pelotas Parque Tecnológico, estão envolvidos ainda no projeto, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Helper, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-Rio-grandense (IFSu)l, Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP), Sindicato das Empresas de Informática do RS (SEPRORGS), Stars Aceleradora, Ventiur Aceleradora, Contronic, Faculdade Senac, Sebrae, Rede SulBiotec, Conselho Superior Socioeconômico de Desenvolvimento e Inovação de Pelotas, Coinpel, Cipel, Embrapa, Associação Comercial de Pelotas, Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Corede Sul, Copes, APL da Saúde de Pelotas e Região e a Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul).
Localizado na avenida Domingos de Almeida, nº 1785, no bairro Areal, o Pelotas Parque Tecnológico foi criado oficialmente em 2016 e é gerido pela Tecnosul – Parque Científico e Tecnológico, associação civil sem fins lucrativos de direito privado, caráter científico, tecnológico, educacional e cultural.
Possui um Conselho de Administração (Consad), eleito a cada três anos, e atua em três grandes áreas nas quais o município já se destaca como polo: tecnologia da informação e comunicação; tecnologia em saúde e indústria criativa.
Atualmente, 63 empresas atuam no Pelotas Parque Tecnológico, sendo 23 instaladas nas áreas geridas pelo Parque, sete no coworking (compartilhamento de espaço), 15 incubadas, 18 pré-incubadas. Entre as incubadoras estão a Conectar, Incubadora de Base Tecnológica da UFPel; Ciemsul, incubadora de empresas multissetorial da UCPel e Senatec, destinada às empresas júnior. Ainda, existem 23 instituições parceiras. Oferece espaço coworking, com área gastronômica para 55 pessoas, auditório para 230 pessoas, duas salas de reunião e capacitações e estacionamento para 65 carros. Ao todo, gera 267 empregos diretos e 638 indiretos.
Com informações da Assessoria de Imprensa