
Por Augusto Santos
No ano em que Pelotas completa 212 anos, o futebol profissional do município trilha caminhos distintos em um contexto de incertezas na busca por afirmação no cenário esportivo local. Há muito a ser resgatado e reconstruído para se aproximar das aspirações das torcidas de Grêmio Esportivo Brasil, Esporte Clube Pelotas e Grêmio Atlético Farroupilha. O trio segue embalado por seus respectivos passados de “glórias” e perspectivas de um futuro consolidado, dentro e fora dos gramados. O momento atual está um pouco distante dos sonhos de rubro-negros, áureo-cerúleos e tricolores. O espaço que atualmente os separa é a divisão de cada um no “fantástico” mundo da bola. Cada um no seu quadrado.
O futebol de Pelotas nos 212 anos da Princesa do Sul torce por seus representantes, pelo seu vigor no cenário gaúcho e brasileiro. Todos torcem.
Brasil: aposta rubro-negra
No ano 212 da Princesa do Sul, o Grêmio Esportivo Brasil arrasta seu manto xavante sobre um contexto pelo qual já passou, em tempos não distantes. O clube da Baixada, que no ano 2013 deixou a segunda divisão do futebol gaúcho rumo à Série B do Campeonato Brasileiro, pousou de feliz emergente até 2021, quando começou a fazer o caminho de volta até parar na Série D. As fartas alegrias da torcida deram lugar às comemorações pela permanência na 1ª Divisão do futebol gaúcho e na Série D nacional. Enquanto sonha com o retorno a antigos outros patamares, é na Série D que o Xavante transita nos dias atuais, em performances de altos e baixos, mas com a garantia de permanência no ano 2025. Os torcedores sonham em não mais andar em patamares inferiores, no contexto gaúcho.
“Começamos o ano numa perspectiva de rebaixamento no Gauchão e classificamos para a quartas-de-final, quando fomos eliminados pelo Grêmio, um clube grande. Agora, estamos no meio da fase de grupos da série D do Campeonato Brasileiro e nossa perspectiva é de classificação à próxima fase e chegar à Série C para entregarmos o clube no final do ano na série A do Gauchão e C nacional”, aposta o presidente rubro-negro, Gonçalo Russomano.

Pelotas: Lobo investe no retorno à elite
No futebol, a máxima de um clube que está em uma divisão inferior à principal é quase sempre a mesma: voltar para o lugar de onde não deveria ter saído. Essa é uma realidade que acompanha o Esporte Clube Pelotas. O áureo-cerúleo da avenida Bento Gonçalves tenta desde 2022 voltar à elite do futebol do Rio Grande do Sul. O Lobo foi rebaixado em 2021.
No dia 11 de outubro, o áureo-cerúleo completa 116 anos e a torcida almeja “ferrenhamente” que o time abandone a incômoda situação no contexto do futebol gaúcho: a Divisão de Acesso, que nada é diferente de uma segunda divisão – o sofrimento tem o mesmo sabor.
Dentro e fora de campo, o pensamento é único: segunda divisão não é lugar para o Pelotas. O clube é grande demais, sua camisa é “pesada”. Mas é só o passado que enfeita as lembranças áureo-cerúleas, como de uma disputa nacional no ano 2002, quando o time disputou a Copa Sul Minas, ou as vitórias nas copas regionais, Copa Federação Gaúcha de Futebol, em 2008 e 2019. Nesse meio tempo, um título de campeão da Supercopa Gaúcha, em 2013.
“Desde o começo da nossa gestão, prezamos por modernizar os processos do Esporte Clube Pelotas. Acreditamos que os atos fora de campo vão refletir no gramado. Voltamos com as categorias de base e, hoje, além do futebol feminino, temos as escolinhas de futebol de campo, futsal, Sub-15, Sub-17 e Sub-20. Nosso principal objetivo é retornar à primeira divisão e sabemos o caminho. Confiamos que com a força da torcida e união do elenco vamos chegar lá “, aponta o presidente áureo-cerúleo, Rodrigo Britto Lobo.

Farroupilha: novo modelo e momento tricolor
A distância entre rubro-negros, áureo-cerúleos e tricolores do Fragata são uns poucos quilômetros do centro ao bairro e dois degraus na hierarquia futebolística. Enquanto os coirmãos da região central desfilam, respectivamente, na Divisão Principal do futebol gaúcho (Brasil) e Divisão de Acesso (Pelotas), o tricolor fragatense busca um melhor lugar ao sol, a partir da Série A2 (Terceira Divisão).
O clube conhecido como Fantasma tem pela primeira vez uma mulher na sua presidência e mantém o sonho de voltar à vitrina do futebol do Rio Grande do Sul, talvez numa casa nova. A gestão tricolor negocia a área do Estádio Nicolau Fico por outro espaço, já com uma arena esportiva construída para suas atividades esportivas. Nos últimos anos, o Farroupilha tem batido nas traves das competições nas quais participa em busca de acesso mais acima.
A última vez que o Fantasma do Fragata esteve em posição de destaque no futebol dos pampas foi no ano 2006, quando, após muitos anos, disputou a Primeira Divisão do Campeonato Gaúcho. Naquele ano, o sonho de permanecer dentre os grandes durou até o final da primeira fase do Gauchão. Na ocasião, o time se despediu da elite com um melancólico rebaixamento e retorno à divisão inferior do futebol do Rio Grande do Sul.
O campeão gaúcho de 1935 busca forças para renascer futebolisticamente sob a gestão de Adriana Costa.
“O Grêmio Atlético Farroupilha vive um momento de grande expectativa em relação ao Campeonato Gaúcho da Série B deste ano. Além do foco nas competições, nosso clube celebra um marco importante na sua história: o início das obras de construção do novo estádio, um dos mais modernos da região, com uma infraestrutura de qualidade diferenciada”, comemora Adriana.
