Na tarde desta sexta-feira (21), a prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas, participou do cortejo que marcou a abertura da 3ª edição do Festival de Música Cabobu. O evento é uma realização Natura Musical, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Rio Grande do Sul (Pró-Cultura) e também tem o apoio do institucional do Município.
Em sua fala, no palco principal do Festival, Paula destacou a importância da população negra na construção da cidade e na manutenção das culturas populares que possuem raízes no município.
“Quem nasce em Pelotas, quem cresce aqui, tem introjetado na sua alma essa relação com o tambor, essa relação com o batuque. Essa identidade é extremamente profunda, que diz muito de quem nós somos e daquilo que construímos ao longo do tempo, dessa herança africana e cultural, que nos constituiu como população e como centro cultural de raízes africanas que se misturaram com outras traduções e constituíram a nossa memória e nossa identidade mais profunda”, afirmou.
A caminhada marcou a abertura oficial atividades que se estendem até domingo (23). Fotos: Michel Corvello
O desfile aconteceu em torno da Praça Coronel Pedro Osório, saindo do prédio da Secretaria Municipal de Cultura até o palco principal do festival, no Largo Edmar Fetter, e contou com diversas representações de manifestações culturais que utilizam o som dos tambores. O festival destaca o tambor de sopapo, instrumento tradicional na sonoridade afro gaúcha e patrimônio imaterial da cidade de Pelotas.
De acordo com a secretária Estadual de Cultura, Beatriz Araújo, o sopapo pelotense foi a primeira representação positiva da história do negro gaúcho a Museu Júlio de Castilhos, o mais antigo no Rio Grande do Sul. “Até aquele momento só tinham grilhões para falar dos negros”, destacou Beatriz, que também pontuou a importância dos homenageados do Festival, o músico Giba Giba e o sopapeiro Mestre Baptista.
O secretário municipal de Cultura, Paulo Pedrozo se disse honrado por estar frente da pasta da Cultura de uma cidade capaz de produzir eventos como esse. “Pelotas é uma cidade de muita ancestralidade e muita cultura ancestral, é muito significativo ver as ruas do nosso Centro Histórico tomara por essas manifestações.”
O festival segue no final semana com apresentações de música, rodas de conversa, exposições, oficinas e Feira de produtos feitos por mulheres negras e indígenas. Confira a programação completa em http://cabobu.com/.
Homenagem aos mestres do sopapo
O ato de abertura contou ainda com a presença da considerada mãe do Sopapo, Maria Islair Madruga Batista e José Batista, esposa e filho do Mestre Batista, Edu do Nascimento, filho de Giba Giba, o Ibabalorixá e presidente do Conselho Municipal do Povo de Terreiro, Juliano Silva, a diretora do Museu Julio de Castilhos, Dóris Couto, o representante da Academia Rio-grandense de Letras e da Associação de Imprensa, Antônio Carlos Cortes, presidente da Comissão Municipal de Igualdade Racial da OAB-Pelotas, Fabio Gonçalves.
Também participaram das atividades a deputada Federal Daiana Santos (PCdoB), os vereadores Paulo Coitinho (União) e Carla Cassais (PT), os secretários municipais de Educação, Adriane Silveira, de Desenvolvimento, Turismo e Inovação, Gilmar Bazanella e de Assistência Social, Thiago Bündchen.