Um dos locais mais visitados no interior de Pelotas, antes da pandemia do coronavírus, vai ganhar um novo museu: o Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe. Da família doadora da área que originou o parque, hoje “turístico- religioso”, até as romarias realizadas há cerca de 30 anos, o projeto pretende resgatar a história do lugar de devoção dos pelotenses à santa mexicana. A proposta da Arquidiocese é inaugurar o espaço em agosto.
Segundo o coordenador do Santuário e vice-reitor da Universidade Católica de Pelotas, padre Marcus Bicalho, o museu foi idealizado para se tornar um ponto importante da visita guiada já realizada a outros atrativos do parque como a via-sacra que recupera os últimos momentos de Cristo, o presépio em tamanho natural, além das capelas e da área onde são realizadas as celebrações. A ideia é que o acervo disponibilizado no local conte desde a história da família Cordeiro de Morais que doou a primeira área à igreja, a ampliação do Santuário com a aquisição de um novo espaço, até as romarias em homenagem à Nossa Senhora de Guadalupe. “As pessoas poderão reconstruir, essa história, através das fotos de cada romaria, vão poder reviver os momentos de manifestação da fé. A visita a esse museu será um momento orante muito forte na vida daqueles que são devotos de Guadalupe”, afirma padre Marcus.
O museu funcionará no antigo “Solar da Cascata”, casa onde viveu a família Cordeiro de Morais, e será administrado pela mesma equipe responsável pelo Santuário.
A história revisitada
Nos últimos meses muitas horas de trabalho do museólogo da UCPel, Anderson Passos, têm sido no Centro de Documentações da Biblioteca Pública Pelotense, onde estão os arquivos da família de Henrique Carlos de Morais – irmão de Marina e Rosina Cordeiro de Morais. Elas foram as doadoras dos primeiros sete hectares que se tornaram o Santuário de Guadalupe.
A pesquisa documental feita por Passos será reproduzida ao longo da visita ao museu em vídeos com depoimentos, fotos da época, assim como na reconstituição de ambientes da casa quando habitada pelos Cordeiro de Morais. “Estamos seguindo um modelo histórico para a construção dos espaços do museu, partindo do passado da família: como veio parar aqui, qual a ligação com a igreja e como se deu a doação”, revela o museólogo.
Linha do tempo, interação e fé
Neste momento o trabalho de pesquisa está sendo finalizado para passar ao de estruturação do museu. Segundo o projeto idealizado por Passos, três cômodos, que receberão nomes de integrantes da família Cordeiro de Morais, serão destinados à história dos antigos moradores e do casarão.
No segundo andar os visitantes encontrarão uma réplica da capela original da casa. Batizado de San Juan Diego, o local abrigará a narrativa sobre o índio que testemunhou as aparições da santa no século XVI. Também haverá uma sala com uma linha do tempo para relembrar eventos, como as romarias. O espaço está sendo projetado para contar com a interação do público, ajudando a complementar os registros da história do Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe.